“Queremos ter uma plataforma única, uma loja única, uma experiência única, independentemente do dispositivo que usamos”, disse André Cardoso, diretor da unidade de consumo da Microsoft Portugal, caracterizando o Windows 10, durante o evento de apresentação do novo sistema operativo à imprensa portuguesa.
O objetivo da Microsoft, de acordo com o responsável, é atingir os mil milhões de dispositivos com Windows 10 até ao final do ano fiscal de 2018.
O desenvolvimento do Windows 10 contou com a participação ativa dos Windows Insiders, a comunidade de beta testers que ajuda a Microsoft a aprimorar os seus sistemas antes de estes serem lançados no mercado. Rita Santos, responsável do negócio de Windows e Surface, disse à B!T que os Windows Insiders continuarão a desempenhar um papel fulcral no desenvolvimento do Windows 10 como um serviço, tendo em conta que a Microsoft vai contar com o seu apoio para tornar o sistema operativo cada vez mais forte e, nas palavras dos responsáveis, “uma plataforma líder”.
Este é o último Windows, considerando que os updates constantes e as funcionalidades que vão sendo embutidas no software dispensam o lançamento de novas versões.
Uma das características que mais ressalta no novo SO é o regresso do botão “Iniciar”, que para muitos era um traço distintivo dos Windows.
“Temos o melhor do Windows 7 com o melhor do Windows 8”, afirmou Rita Santos.
As novidades do novo sistema incluem as chamadas Universal Apps, ou Aplicações Universais. Estes programas adaptam-se a todos os dispositivos que operem sobre o Windows 10, materializando o seu design responsivo e multi-dispositivo.
A Cortana não estará imediatamente disponível para o Windows 10 em Portugal, sendo que a empresa disse que em breve a afamada assistente pessoal digital chegará a terras lusas, embora não tenha sido avançada uma data. Até lá, os utilizadores terão que contentar-se com uma barra de pesquisa que, apesar de útil, não integra a carismática interatividade da Cortana.
Com o Windows 10, o Internet Explorer é arrastado para o anais da História, para dar lugar ao sucessor, o Microsoft Edge. O novo browser, referiu Rita Santos, “é mais eficiente e mais rápido” do que os outros concorrentes.
Quanto à chegada do 10 para o smartphone, terá ainda de se esperar, pelo menos mais uns meses. A responsável do Windows disse-nos que o desfasamento entre o lançamento para tablet e desktop e o lançamento para telemóvel prende-se apenas com questões técnicas, pois o hardware do smartphone exige adaptações mais extensas e profundas. Mas, segundo conseguiu apurar-se, o Windows 10 deve chegar aos smartphones já no final deste ano.
O gestor de marketing para o segmento dos developers, Miguel Vicente, revelou que a MEO GO é uma das primeiras apps universais do Windows 10 e será lançada nos próximos dias. É fruto de uma parceria entre a Microsoft Portugal e a PT.
Através da iniciativa Windows 10 Bridges, a tecnológica quer permitir que programadores que desenvolvam aplicações para outras plataformas possam trazê-las para o universo Windows 10, com a disponibilização de SDK (kits de desenvolvimento de software) que permitam adaptar o códigos das apps ao sistema da Microsoft.
Durante a apresentação, o Windows 10 foi “desmistificado” e muitas questões que pairavam receberam respostas.
A atualização para o Windows 10 é gratuita durante os primeiros 12 meses após o seu lançamento. Portanto, pode passar-se gratuitamente de Windows 7, 8 e 8.1 para o 10 até dia 29 de julho de 2016 (mais coisas, menos coisa). Rita Santos disse-nos que o modelo de negócio do Windows 10 após essa data não está ainda definido.
Contudo, uma coisa é certa: o Windows 10 não foi lançado como um nova fonte de receitas, de acordo com a responsável. As receitas serão retiradas do ecossistema do Windows 10, dos produtos e soluções que lhe estão associados e das aplicações que são geradas para esse ambiente.
“Este é um momento único”, disse o diretor-geral da Microsoft Portugal, João Couto, em conversa com a B!T. “Nós estamos a lançar aqui uma plataforma, um novo sistema operativo, que pretende ser o mais universal possível, que pode correr em todos os dispositivos, desde telemóveis, tablets, PC, laptop, televisões”.
O gestor executivo da subsidiária portuguesa afirmou que o Windows 10 irá reforçar a imagem da Microsoft, não só entre os clientes de consumo e corporativos, como também junto da comunidade de developers, “para que possam construir mais e mais aplicações para Windows”.
“Não estamos a fazer isto numa lógica de crescimento de negócio”, disse-nos o CEO, quando questionado ao modelo de negócio inerente ao Windows 10.
“Não é tanto uma lógica de retorno imediato sobre o lançamento do Windows 10”, explicou. “É uma lógica do desenvolvimento de uma comunidade e de criação de um ecossistema com base num sistema operativo que é completamente transversal a todo o tipo de equipamentos. Com isso vamos conseguir fomentar o desenvolvimento de novas aplicações que, essas sim, vão gerar maior rentabilidade, quer para os clientes, que têm reduções de custos, quer para os parceiros, que conseguem desenvolver mais aplicações, quer para a Microsoft, no final do dia”.
O Windows 10 fica hoje disponível em 190 países.
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