É um anúncio relevante, numa altura em que a privacidade está na ordem do dia e a app de mensagens enfrenta problemas no Brasil devido ao pedido de informações por parte das autoridades. A encriptação end-to-end foi anunciada pelos fundadores do WhatsApp, Jan Koum e Brian Acton, no blogue corporativo.

Os dois responsáveis referiram precisamente a forte discussão que tem rodeado os serviços encriptados perante a pressão das forças de segurança. Embora reconheçam o “importante trabalho” das autoridades, defendem que tentar enfraquecer a encriptação coloca em risco os dados pessoais dos utilizadores perante cibercriminosos e governos não democráticos.

“Daqui por diante, quando você e os seus contactos usarem a última versão da aplicação, cada chamada que fizerem e cada mensagem, foto, vídeo, ficheiro e mensagem de voz que enviarem terão encriptação end-to-end por defeito, incluindo em conversas de grupo”, explicaram os responsáveis.

A encriptação, referem, é uma das ferramentas mais importantes usadas por governos, empresas e indivíduos para promoverem a segurança na era digital. “A ideia é simples: quando você envia uma mensagem, a única pessoa que a pode ler é o destinatário”, resumem. “Ninguém consegue espiar essa mensagem. Nem cibercriminosos. Nem piratas, Nem regimes opressivos. Nem sequer nós. A encriptação end-to-end torna a comunicação via WhatsApp privada, tal como uma conversa cara a cara.”

A app de mensagens, detida pelo Facebook, tinha em janeiro 990 milhões de utilizadores em todo o mundo, e está agora oficialmente acima dos mil milhões, segundo a publicação dos fundadores. É a mais popular do mercado e muito importante no Brasil, onde tem cerca de 100 milhões de utilizadores.

“Todos os dias vemos histórias sobre acessos indevidos ou roubos de registos sensíveis. E se nas for feito, mais informações e comunicações digitais estarão vulneráveis a ataques nos próximos anos”, avisam Kaum e Acton. O WhatsApp é “um dos poucos serviços” que oferece a partir de agora encriptação end-to-end, mas a sua crença é de que este será o futuro das comunicações.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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