Web Summit | Wearables e Big Data para a evolução na saúde
Foram várias os debates que decorreram na Web Summit cujo tema foi a saúde nas TI e o papel do Big Data e dos wearables nessa área.
A utilização do Big Data na saúde ainda é recente, no entanto, para os especialistas da área presentes na Web Summit é “uma oportunidade gigante”.
Ida Tin e Steven Barlow concordaram que colecionar e analisar informação não significa diminuir a doença mas aumentar a saúde e melhorar a investigação.
“A investigação há uns anos era baseada em centenas de pessoas. Agora temos acesso à informação de milhões de pessoas, isto é uma possibilidade de tornar a investigação muito melhor” afirmou Ida Tin, CEO da Clue, uma empresa que se foca na saúde da mulher através da tecnologia.
Os wearables e as aplicações de saúde e fitness são os principais coletores de informação e dados biométricos como lembrou o Dr. Rhee da IBM, no Central Stage. “25% das pessoas utilizam fitness trackers e temos de perceber como convencer as pessoas a usarem wearables para continuarem a ser saudáveis”.
No palco Autotech, Mike Lee, responsável pelo departamento de fitness conetado da Under Armour, a maior comunidade de fitness e saúde que liga mais de 165 milhões de utilizadores, considera a ideia de Dr.Rhee importante apesar de achar que “não podemos ser chatos e temos de ser motivacionais. Desafiar as pessoas a ser saudáveis é muito difícil, principalmente num mundo onde é mais fácil não ser saudável do que ser”.
Na criação de um wearable de fitness é preciso pensar no hardware mas também na instrumentalização e na aplicabilidade que leve as pessoas a usá-lo: “O produto tem de ser valioso ao ponto de se uma pessoa saísse de casa sem ele teria de voltar para trás para viver o seu dia” disse Mike Lee.
Em relação aos desafios uma das coisas mais importantes é manter a segurança dos dados.
“O hardware está a colecionar informação, os passos, os níveis de atividade, massa corporal e gordura corporal. Enquanto marca temos de criar um produto seguro.” disse Corinne Vigreux, cofundadora da TomTom.
Mike Lee concorda e acrescenta “Não estamos a lidar com bits e bytes. Estamos a lidar com pessoas e os seus dados biométricos. Enquanto empresa temos de guardar de forma segura os dados para não perdermos a confiança do cliente.”
No entanto, o estudo da informação que é recolhida ainda não está pensada nos modelos de negócio para os médicos. Para Steven Barlow da Health Catalyst “Um dos desafios é o modelo de financiamento. Nos EUA, sendo médico recebo mais dependendo das operações que faço. Se eu me focar na qualidade e na investigação posso perder receita.”