Web Summit | Realidades mundiais em discussão no primeiro dia de conferência
O primeiro painel do Web Summit “Novas Realidades” contou com Durão Barroso, como representante da Goldman Sachs, Mogens Lykketoft das Nações Unidas e Roberto Azevêdo da World Trade Organization moderados por Tom Nuttall do jornal The economist.
Durão Barroso falou do “glamour pessimista” que se sente na Europa e respondeu com os sucessos e o futuro da União Europeia.
“Durante os 10 anos em que estive a liderar a comissão europeia tivemos muita crise mas no final a União Europeia foi capaz de mostrar a sua resiliência. Ouvi muitos a prever a decadência do euro, que a Grécia ia sair do euro. Eu acredito, baseado na minha experiência, que a União Europeia é mais forte do que aquilo que as pessoas reconhecem. Hoje em dia, devido ao que eu chamo de “glamour intelectual pessimista”, as pessoas gostam de prever sempre o pior. Eu acho que a União Europeia é mais forte”.
Falou do Brexit, das eleições americanas, das migrações ilegais na Europa e do facto destas disseminarem ideais nacionalistas. Mas não esqueceu de referir esses exemplos fora da UE.
“É muito importante que a Europa mantenha uma posição de defesa das sociedades, economias e informação aberta. O capital humano da Europa tem muito potencial, nós estamos atrás da América mas se olharmos para o financiamento da economia digital, tecnologia nos media, nós vemos que a Europa está a crescer exponencialmente e os Americanos já atingiram o pico. De alguma forma, a Europa continua a crescer.” disse o ex primeiro ministro português.
Roberto Azevêdo falou da falta de confiança no mercado das trocas que existe hoje em dia. “Culpar as “trocas” é encontrar o alvo fácil. A culpa não é do que vem de fora, do estrangeiro, do diferente.” diz o presidente da organização mundial do comércio.
Segundo Azevêdo é necessário entender que o futuro tem de ser pensado.
“O que será dos motoristas de camiões pesados, que nos EUA são mais de três milhões e meio de pessoas, quando as encomendas forem todas entregues por drones? E todas as pessoas que trabalham em hotéis, cafés junto às estradas onde circulam estes motoristas. Vão ser todos despedidos.” Por isso e por existir conhecimento que estes despedimentos vão acontecer devido à inovação, os governos devem responder com medidas, apontou o responsável máximo da WTO.