O sistema de computação cognitiva da IBM, o Watson, vai passar a integrar os programas de investigação oncológica de cerca de 14 centros médicos nos Estados Unidos e no Canadá. O famoso computador que derrotou dois rivais humanos no jogo Jeopardy! vai participar no processo de escolha de tratamentos de acordo com as especificidades genéticas dos tumores.
A área da investigação médica tem sido um dos grandes focos de atuação da inteligência computacional do Watson, nomeadamente ao nível da Genética e da Oncologia. Os tratamentos baseados em sequências de ADN têm refletido resultados melhorados em vários pacientes, mas este processo é moroso quando feito pela mão humana. Mas o Watson consegue fazê-lo numa questão de minutos, visto ter acesso a uma extensa base de dados de investigações científicas e de ensaios clínicos que lhe fornecem as informações necessárias para tomar decisões sobre o tipo de tratamento a aplicar em determinado caso.
Norman Sharpless, do Centro Oncológico da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, afirmou, segundo a Reuters, que os humanos, por si só, não conseguem aceder a todas as informações necessárias em tempo útil para aplicar o tratamento adequado ao paciente, pelo que “a solução será o Watson ou alguma tecnologia do género”.
O Watson deverá chegar aos centros de investigação no final do ano, se acordo com Steve Harvey, vice-presidente da divisão Watson Health da IBM. Diz a agência noticiosa que estas unidades médicas utilizarão o sistema através de um modelo SaaS, Software-as-a-Service, pagando uma taxa de subscrição.
A colaboração do Watson acontece da seguinte forma: o oncologista insere a identificação genética do tumor do paciente no sistema, indicando quais os genes que sofreram mutação e que deverão estar na origem da neoplasia. Seguidamente, o Watson consulta o seu portfólio de mutações de foro genético e procura identificar os catalisadores do carcinoma, a par do tratamento mais adequado para aquele caso particular.
A IBM tem investido afincadamente no desenvolvimento de um sistema de identificação dos genes potenciadores da mutação, visto que a identificação de genes inócuos é, claramente, supérflua.
Contudo, apesar das suas inegáveis valências, o Watson tem dificuldades em identificar os motores da mutagénese quando estes são múltiplos, pelo que, na maioria dos casos, as tradicionais quimioterapia e radioterapia continuam a ser os tratamentos preferidos pelos médicos.
Alguns dos centros que acolherão o Watson serão o Ann & Robert H. Lurie Children’s Hospital of Chicago, McDonnell Genome Institute da Washington University em St. Louis e o Centro Oncológico da Universidade do Kansas.
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