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Venda de computadores afunda 10,7% no final de 2015

Sem surpresas,  o Natal de 2015 foi mais um período negativo no mercado de computadores. A consultora IDC confirmou as previsões de queda das vendas de PC no último trimestre do ano passado, revelando uma contração de 10,7%.

Os dados indicam que foram vendidos 71,9 milhões de computadores nos últimos três meses do ano em todo o mundo, o que contrasta com os 80,4 milhões do mesmo período do ano anterior. A IDC escreve no novo relatório Worldwide Quarterly PC Tracker que os números batem certo com as expectativas, que eram conservadoras, mas que este foi o primeiro ano em que se venderam menos de 300 milhões de unidades desde 2008. O último trimestre é assinalado também por ter registado o maior declínio homólogo de sempre, superior aos 9,8% de 2013.

“O mercado de PC continuou a enfrentar desafios persistentes devido a ciclos de vida mais longos e à concorrência de telemóveis e tablets, apesar do menor crescimento nesses mercados”, escreve a consultora. O enfraquecimento de várias moedas, a queda dos preços nas commodities e a instabilidade social nalguns mercados contribuiu para a realidade das vendas. A IDC reconhece ainda que o mercado está a levar algum tempo para reagir ao novo Windows 10, apesar do lançamento de vários modelos atrativos.

Loren Loverde, vice-presidente do PC Tracker, sublinha que o ambiente económico se tem deteriorado ainda mais com os problemas financeiros na China. “Ainda assim, as substituições de PC deverão voltar a crescer em 2016, em particular mais para o fim do ano.” A analista espera também que as empresas acelerem a adesão ao Windows 10, o que justificará a aquisição de novos computadores. Tanto aqui como no segmento de consumo, o adiamento de uma decisão de compra não pode continuar por muito mais tempo, sob risco de comprometimento da segurança dos sistemas (a Microsoft terminou, aliás, o suporte ao Windows 8 e a várias versões do Internet Explorer).

Ranking de marcas

No topo continua a chinesa Lenovo, que obteve uma quota de 21,4% no trimestre e de cerca de 20% no ano de 2015. A HP aparece em segundo, com 19,9% de quota no quarto trimestre e mantendo a liderança no mercado norte-americano. Em terceiro está a Dell, com 14,1% e em seguida vêm a Asus e a Apple, empatadas.

No caso da fabricante asiática, o crescimento foi de 0,8% para um total de 7,9% de quota. No caso da Apple, que continua em contra-ciclo e vendeu 5,6 milhões de Macs, a subida foi de 2,8% – de longe a mais elevada – para uma quota também de 7,9% no trimestre e de 7,5% no total do ano.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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