Uma equipa de investigadores da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) criou uma aplicação que visa avaliar a capacidade cognitiva de indivíduos com incapacidades intelectuais ou doenças mentais através de jogos.
A aplicação PROLOG foi desenvolvida pelos investigadores do Grupo Transmedia da universidade espanhola, e, segundo fontes oficiais, é “uma ferramenta e protocolo informático para a avaliação cognitiva de pessoas com deficiência intelectual ou doença mental de âmbito laboral”. Diz a empresa tecnológica Indra, sediada em Madrid, que este projeto foi realizado no âmbito da Cátedra Indra-Fundação Adecco de Investigação em Tecnologias Acessíveis da UAB, iniciada em 2013 e renovada no passado dia 3 de junho.
A ferramenta adaptou ao formato dos jogos de vídeo os testes padronizados de valências cognitivas e está munido de tecnologia que permite que esta mesma avaliação seja feita somente através de movimentos corporais. O PROLOG permite, desta forma, testar as capacidades dos indivíduos em contextos do quotidiano, como em casa ou no local de trabalho. Os resultados da examinação servem de complemento ao diagnóstico e avaliação levada a cabo pelo profissional médico.
Esta versão inicial do PROLOG é composta por três testes que permitem avaliar a capacidade de atenção através do formate de videojogo e uma funcionalidade de gestão dos testes e dos resultados gerados.
Os testes permitem averiguar variáveis como o tempo de reação, a capacidade de atenção e o predomínio de um lado do corpo sobre o outro (lateralidade), recorrendo a um jogo que apresenta uma mesa digital com diversas figuras através das quais o examinado terá de realizar diferentes tarefas.
A ferramenta PROLOG já foi testada pelos investigadores no Centro Especial de Emprego Prodis de Terrassa, junto de um conjunto de trabalhadores com incapacidades mentais dedicados à montagem de peças. Mediante o teste, foi possível concluir que estas ferramentas acarretam “um importante impacto social, melhorando o controlo de riscos de saúde e segurança nos centros especiais de emprego”, explicam fontes oficiais.
“O nosso objectivo é que no futuro os resultados obtidos com o PROLOG se incorporem no protocolo atual para medir o grau de deficiência nas administrações públicas, como complemento às avaliações dos especialistas da área”, explica Pilar Orero, membro da equipa de investigação da UAB e responsável pelo projeto.
Este programa está já na sua derradeira fase de desenvolvimento e está a ampliar o seu portfólio de testes, para avaliar outras capacidades, como a memória.
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