Universidade de Coimbra transforma ‘Os Maias’ em jogo para dispositivos móveis
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveu quatro jogos educativos para dispositivos móveis, em parceria com um programador e um grupo de designers. A obra “Os Maias”, de Eça de Queirós, é a base de um desses jogos.
A ideia é estudar “Os Maias” de forma diferente, com um jogo que se assemelha ao concurso “Quem Quer Ser Milionário.” O jogo chama-se “Os Maias. Becoming an expert!” e é dirigido a alunos do 11º ano. É composto por 448 questões de escolha múltipla, divididas por vários níveis, e será lançado oficialmente a 7 de maio, durante o 3º Encontro sobre Jogos e Mobile-Learning, a decorrer na FPCEUC. Será disponibilizado a todas as escolas que se mostrem interessadas.
Os outros três jogos desenvolvidos por esta equipa multidisciplinar têm vários âmbitos. Um é o “1910”, que tem como destinatários alunos entre o 6º e o 9º anos de escolaridade. É um jogo de aventura, onde o estudante é convidado a auxiliar um jornalista enquanto se desenrolam vários episódios que levaram à Implantação da República em Portugal.
Já o “Tempoly” é dedicado aos alunos do 7º ao 12ª anos. Enquadra-se no género puzzle, tendo o jogador que resolver vários quebra-cabeças, de dificuldade crescente.
E por fim, será lançado o “Konnecting. O Homem, ser comunicante”, que foi desenhado para os alunos de Licenciatura em Ciências da Educação. Retrata a evolução da comunicação humana desde a Pré-História até aos nossos dias, simbolizados pelo selfie stick. Um extraterrestre – Komuniket – é incumbido de reportar o modo como os seres terrestres comunicam.
“É necessário alterar as práticas de ensino, ir além da aula expositiva tradicional. E nada melhor do que recorrer às tecnologias que os nossos estudantes mais usam”, explica Ana Amélia Carvalho, coordenadora do estudo financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). “Se os alunos gostam de jogos e levam os dispositivos para a escola, então há que os aproveitar para ensinar e aprender, contribuindo também desta forma para o combate ao insucesso escolar», defende a professora Catedrática da Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC).
Antes de avançar para o desenvolvimento dos jogos, já testados em estabelecimentos de ensino do centro e norte do país, os investigadores foram perceber junto dos alunos quais as suas preferências relativamente aos jogos em dispositivos móveis. Ana Amélia Carvalho refere que a reação tem sido “muito positiva.”
Neste momento, os jogos estão apenas disponíveis para o sistema operativo móvel Android, mas fica no ar a possibilidade de os disponibilizar também em iOS.