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Um quinto do PIB já deriva da nova economia digital

O relatório revela ainda o papel fundamental que o Digital desempenha na atividade económica atual, com mais de um quinto do PIB (Produto Interno Bruto) mundial a ser atribuído a algum contributo digital, seja ao nível de capacidades, capital, e/ou bens e serviços. 

O relatório da Accenture Strategy, intitulado Digital Disruption: the Growth Multiplier, oferece uma visão sobre a escala da economia digital em 11 grandes economias, desde Alemanha, Austrália, Brasil, China, Espanha, Estados Unidos da América, França, Holanda, Itália Japão e Reino Unido. Portugal não está incluído neste lote.

Este documento inclui uma estimativa do valor adicionado ao PIB fruto do investimento em competências digitais, quer sejam em hardware, software e tecnologias relacionadas ou pela força de trabalho que se serve desses ativos digitais para efetuar o seu trabalho. Adicionalmente equaciona o valor de bens e serviços digitais utilizados na produção.

Os EUA apresentam-se como a economia mais digital, em que o investimento em Digital representa 33% do PIB. 43% da força de trabalho dos EUA e 26% do seu capital acumulado suporta atividades relacionadas com competências digitais. A economia digital noutros mercados varia entre 30% no Reino Unido e Austrália e 13% na China.

O estudo evidencia que para gerar taxas de crescimento mais elevadas, as organizações precisam de melhorar a sua avaliação no “Digital Density Score” da Accenture Strategy, que analisa o grau de penetração do Digital nas empresas e na economia dos vários países. Esta análise inclui a avaliação de competências digitais e tecnológicas, assim como outros indicadores macroeconómicos, por exemplo a facilidade de acesso a financiamento e o nível de abertura do quadro regulatório do país.

No documento cedido à imprensa que apresenta o estudo é dado o  exemplo do aumento de 10 pontos no “Digital Density Score” global da economia dos EUA que traduzir-se-ia num aumento do PIB de 368 mil milhões de dólares, 1,8% mais elevado que as atuais previsões.

Accenture Strategy estima que a combinação perfeita entre a melhoria de competências digitais, capital e outros aceleradores, poderia incrementar o PIB dos Estados Unidos em 421 mil milhões de dólares até 2020, o que representa um crescimento de 2,1%. Os países com maior potencial de otimização do seu desempenho digital são o Brasil (6,6%), Itália (4,2%), China (3,7%) e Japão (3,3%).

O estudo mostra como cada economia poderia definir melhor as prioridades dos seus esforços para alcançar um maior impulso nas suas receitas e produção económica. Por exemplo, 70% do aumento dos esforços digitais do Brasil devem focar-se na melhoria da aplicação de tecnologias, como cloud e analytics, enquanto nos Estados Unidos, apenas 10% do acréscimo de esforços digitais necessitam ser aplicados em tecnologia e por isso o maior retorno será alcançado com o investimento nas competências digitais.

Modelos baseados em plataformas são chave para o crescimento

Outra das grandes conclusões do estudo da Accenture Strategy é que os modelos de negócio baseados em plataformas constituem uma das maiores oportunidades para o crescimento proporcionado pelas tecnologias digitais. Estes modelos permitem às organizações criar novos mercados e descobrir valor através de plataformas digitais comuns que juntam clientes e parceiros. O que se verifica é que em muitos casos, os players de uma plataforma podem usufruir de um forte crescimento sem possuir ou gerir ativos, ajudando-os a expandir-se com custos marginais mais baixos.

O relatório sugere que, enquanto as empresas “born digital” dominam as plataformas no mercado atual, os players tradicionais podem estar entre os maiores beneficiários, se combinarem o alcance da sua carteira de clientes e portfólio de produtos com o poder de rede das plataformas.

O estudo recomenda três grandes ações que podem aumentar os níveis de produtividade e crescimento assentes em modelos de negócio digitais:

  • Definir prioridades de investimento digital em função das oportunidades de gerar valor: Fazer uma análise cuidada do investimento em competências digitais de modo a obter a combinação ideal entre competências e tecnologia que maximize o retorno;
  • Competir utilizando uma estratégia digital específica para o seu setor: Ter claro qual a plataforma, modelo operacional e informação necessários para competir com sucesso no seu setor;
  • Criar o ambiente certo para a transformação digital: Melhorar o “QI digital” em parceria com o Governo para criar relações entre indústrias e alterar as regras da concorrência.
Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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