Twitter volta a desapontar investidores no primeiro trimestre
O Twitter voltou a desapontar os investidores com os resultados do primeiro trimestre, que foram mistos. A rede de microblogging reportou um crescimento de 36% das receitas para 529 milhões de euros, abaixo dos 540 milhões que eram esperados pelo mercado.
As receitas com publicidade, por seu lado, subiram 37% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, para 472 milhões de euros. No entanto, os prejuízos do Twitter recuaram para quase metade, ficando-se pelos 71 milhões de euros, e os ganhos por ação foram superiores ao antecipado – 15 cêntimos em vez dos 10 que os analistas previam.
O Twitter também registou mais novos utilizadores, tendo agora 310 milhões de utilizadores ativos mensais. É um crescimento pouco expressivo, de apenas 3% face ao ano anterior, mas ainda assim melhor que os números projetados pelos analistas. Aqui reside o maior problema da rede social: não conseguir dar um salto em termos de escala que lhe permita o ponto de inflexão e o caminho para a rentabilidade.
E talvez por isso mesmo o mercado tenha recebido tão mal estes números. Nas trocas fora de horas, as ações da empresa estiveram a derrapar mais de 12%.
Na carta da administração aos investidores, o Twitter afirmou que uma das prioridades para este ano é “recrutar talento fenomenal.” Também voltou a sublinhar, como na carta dos resultados do trimestre passado, que o foco da rede social é o seu fator de imediatez.
“Estamos focados no que o Twitter faz melhor: o ao vivo. O Twitter é ao vivo: comentário ao vivo, conexões ao vivo, conversações ao vivo”, lê-se na carta. “Quer seja notícias de última hora, entretenimento, desporto, ou tópicos do quotidiano, ouvir e ver um evento a desenrolar-se é a forma mais rápida de compreender o poder do Twitter.”
O problema, neste caso, é que outras redes como o Snapchat e o Facebook estão a invadir esse território – sendo o Facebook a ameaça mais premente, com os vídeos ao vivo e uma base brutal de utilizadores, de cerca de 1,6 mil milhões de pessoas.