Twitter desaponta: rede não consegue atrair mais utilizadores

2015 foi um ano terrível para o Twitter em termos de crescimento da base de utilizadores. Começou com 292 milhões e terminou com 320 milhões, conseguindo subidas sequenciais mínimas e estagnando totalmente nos últimos três meses. No total do ano, a progressão foi de apenas 9%.  Excluindo os cibernautas que usam o serviço através de SMS, os dados são ainda piores – uma subida de 6% no ano e um total de 305 milhões de utilizadores mensais, menos dois milhões que no trimestre anterior. Os acessos via smartphone já representam 80% do total

São números que constam do relatório de contas apresentado ontem pela rede de micro-blogging, que têm outro dado preocupante: nos Estados Unidos, o Twitter sofreu uma quebra de 2% nos utilizadores mensais. O regresso do co-fundador Jack Dorsey, que assumiu o cargo de CEO no verão do ano passado, não parece ter resultado naquilo que os investidores desejam – mais pessoas a usarem a rede social.

Apesar disso, os dados financeiros não são maus. O volume de negócios cresceu 58%, para 1,97 mil milhões de euros (tinha crescido 111% no ano anterior) e os prejuízos recuaram de 512 para 462 milhões.

Dorsey acompanhou os resultados com uma carta aos investidores, na qual explicou alguns dos planos da empresa para dar a volta ao problema. “Passámos os últimos seis meses a reestruturar a organização e a nossa equipa de liderança para avançarmos com mais agilidade e foco, revendo o estado do nosso serviço e estratégia, aprendendo com o que lançámos, e desenvolvendo um ponto de vista melhor sobre o que somos e o que queremos ser”, escreveu o CEO. As prioridades para 2016 serão cinco: refinamento do serviço core, streaming de vídeo em direto, criadores e influenciadores, segurança e programadores.

“Estamos focados agora no que o Twitter faz de melhor: ao vivo“, descreveu Dorsey. “O Twitter é comentário ao vivo, conexões ao vivo, conversações ao vivo.” Do lado do negócio, o foco estará na construção de uma plataforma rentável para os anunciantes, com medição do retorno do investimento e o aumento da escala – algo que só pode ser conseguido fazendo crescer a base de utilizadores.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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