Tendências tecnológicas para 2014 [com vídeo]

Todos os anos, a Cisco destaca algumas das tendências que irão marcar a evolução do sector das Tecnologias de Informação. Este ano, não foi exceção. Mas será que as oito tendências que a Cisco apontou de uma forma global terão impacto direto no nosso país? Provavelmente sim.

Mesmo assim, pedíamos a Nuno Ferraz de Carvalho, diretor-geral da Cisco Portugal, que nos elucidasse sobre exatamente qual o impacto que essas tecnologias irão ter e como poderão as empresas portuguesas beneficiar de tudo isto. Uma coisa parece certa: mobilidade, vídeo e cloud vão marcar ponto. Assim como a “Internet of Everything”, ou seja, as conexões entre pessoas, processos, dados e objetos.

São estas as oito tendências da Cisco para 2014, projeções definidas pelo Cisco Technology Radar, um grupo formado por mais de 70 especialistas que estudam as novas tecnologias e o seu impacto no mercado.

Colaboração interativa através da web. A tecnologia WebRTC (Real Time Communication) permitirá a colaboração em tempo real através da web já que qualquer internauta poderá usufruir das funcionalidades de uma videoconferência, chamadas de voz, mensagens instantâneas e partilha de conteúdos sem instalar plug-ins. A Cisco aposta neste padrão com as suas soluções Jabber e WebEx.

Serviços ao utilizador baseados no seu contexto. Esta realidade já está a mudar a forma de interagir com os dispositivos, que armazenam informação acerca dos seus utilizadores e da sua vida quotidiana, de modo a que possam oferecer-nos a informação precisa no momento oportuno. Aplicações como o Google Now ou o Voice Search já oferecem esta tecnologia e a Cisco proporciona serviços baseados na localização através do Connected Mobile Experiences (CMX), que permite a museus, aeroportos ou superfícies comerciais localizar os clientes através da rede WiFi e assim disponibilizar-lhes serviços ou promoções.

Internet of Everything (IoE) e Communicações M2M. A Internet of Everything (IoE) – ou seja, as conexões entre pessoas, processos, dados e objetos – combina diferentes tendências tecnológicas, incluindo vídeo, mobilidade, Cloud, Big Data e comunicações Machine-to-Machine (M2M). A IoE irá fazer parte do mundo físico (autoestradas, supermercados, dispositivos biomédicos e até animais e pessoas) através de sensores que irão gerar Terabytes de informação na nova economia das aplicações. Em 2022, as conexões M2M representarão 45% do total, enquanto conexões Person-to-Machine (P2M) e Person-to-Person (P2P)  representarão os 55% restantes. O IoE requer novas tecnologias de segurança – como o RPKI (Resource Public key Infraestructure) ou o DNSSEC (Domain Name System Security Extensions) – e novas soluções de gestão de dispositivos móveis (MDM, Mobile Device Management) mais escaláveis e mais centradas na Cloud.

Vídeo em ultra-alta definição. A tecnologia de vídeo em ultra-alta definição (4k-2160p e 8k-4320p) será imprescindível nos smart phones, óculos de realidade aumentada, tablets e outros dispositivos equipados com câmara. Com uma resolução até 16 vezes superior à atual TV em alta definição (1080p), o seu impacto na rede requer a adopção de novas tecnologias como o streaming P2P, redes federadas de distribuição de conteúdos, HEVC (H.265) ou streaming HTTP adaptável.

Análise em Tempo Real. A capacidade de análise em tempo real baseia-se em diferentes tecnologias que permitem processar os dados em segundos ou minutos, podendo ser aplicada a campos como o Business Intelligence, que vai das primeiras ferramentas de análise financeira a diferentes segmentos como a publicidade ou o transporte, aproveitando o valor dos dados em movimento.

Novas Arquiteturas de Internet. A rede não é suficientemente robusta para suportar os crescimentos exponencial de dispositivos conectados. Há já propostas para substituir as infraestruturas baseadas no protocolo IP com um novo paradigma como o Named Data Networking (NDN), que permitirá comunicar a informação através de nomes e não moradas de host. Outra tendência consiste nas tecnologias definidas mediante software (SD-X, Software Defined Any) que devem ir além da virtualização da rede (SDN e NFV) para aumentar a sua escalabilidade tanto mediante recursos físicos como virtuais.

Sistemas de Rede Autónomos. As redes podem autogerir-se em termos de configuração, proteção, otimização e reparação mediante tecnologias como o Networking Autónomo ou o SON (Self-Organizing Networks).

Múltiplos Fornecedores de Clouds. Os ambientes Cloud públicos, privados e híbridos baseados em configurações estáticas darão lugar aos ambientes Cloud dinâmicos e com múltiplos fornecedores. As novas tecnologias intercloud permitirão aos fornecedores descobrir serviços Cloud através de múltiplos ambientes, adoptar Acordos de Nível de Serviço (SLAs) comuns ou criar ações para oferecer o serviço mais económico.

 

Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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