As Telecomunicações, ou Comunicações Eletrónicas, são um setor que, como todos os outros, é flagelado pela atual severa conjetura económica que se abate sobre Portugal e que teima em desvanecer-se. Sendo uma indústria-chave para o desenvolvimento nacional, as Telecomunicações andam a pari passu com o progresso tecnológico e são hoje uma das mais fortes esferas de atividade do país. No âmbito do 24º Congresso das Comunicações, realizado pela APDC, a conferência “O Estado da Nação das Comunicações” juntou os quatro grandes players nacionais do setor das Comunicações (PT, Vodafone, NOS e CTT) e debateu os erros do passado, as dificuldades do presente e os contornos do futuro.
Esta sessão foi inaugurada pelo Ministro da Economia, António Pires de Lima, que, entre outros aspetos, enunciou o caráter crítico das Telecomunicações para a recuperação económica do país, afirmou que “as Comunicações e as TI são um instrumento fundamental à atividade das empresas e à vida das pessoas”.
O membro do governo referiu que as Comunicações em Portugal são um setor dinâmico, alvo de vários investimentos – por exemplo, ao nível da expansão das infraestruturas de quarta geração – e que em 2013 foi responsável por quatro por cento do PIB. Esta área, disse Pires de Lima, é também uma das forças motrizes da economia nacional, acrescentando que cabe ao governo português fomentar as condições necessárias ao desenvolvimento do setor, apostando no incremento dos níveis de investigação e de inovação no campo das Telecoms.
Depois de Pires de Lima ter declarado que as entidades reguladoras devem atuar como protetores de todos os intervenientes no setor e devem trabalhar no sentido de evitar a consolidação do mercado, Fátima Barros, Presidente do Conselho de Administração da ANACOM, apontou que a indústria das Telecomunicações está a ser assolada por múltiplas reestruturações, observando-se a emergência de novos desafios à regulação.
A executiva avançou que as operadoras de telecoms têm de apostar na inovação dos seus modelos de negócios e das suas estratégias operacionais, para manter a sua base de consumidores e para deitar a mão a outros mais. Nestas circunstâncias, as políticas regulatórias têm que adaptar-se aos novos paradigmas comunicacionais.
Num segundo momento, os quatro grandes líderes da indústria portuguesa das Comunicações assumiram ao palco do auditório do Centro Cultural de Belém: Armando Almeida da PT Portugal, Francisco Lacerda dos CTT, Mário Vaz da Vodafone, e Miguel Almeida da NOS.
Moderada por António Costa, diretor do Diário Económico, a discussão incidiu sobre a atual cena das Comunicações em Portugal. Por entre eufemismos provocatórios, os oradores acordaram num aspeto: o consumidor cada vez mais reforma o setor, e as empresas têm de adaptar-se a estas mudanças.
CEO da Vodafone Portugal, Mário Vaz disse que as “Telecomunicações são parte da solução para a nação”, referindo-se à crise económica, transversal a todos os setores. O executivo acrescentou que a Vodafone está focado num plano de crescimento orgânico, assegurando que não tem em vista qualquer processo de aquisição.
Miguel Almeida, que lidera a recém-formada NOS, afirmou que o setor português das Telecomunicações pratica os preços mais baixos da União Europeia – o que prejudica seriamente uma área que exige fortes investimentos – e que as receitas em Portugal têm vindo a declinar expressivamente. Ele assegurou ainda que uma eventual consolidação do mercado não se afigura como uma ameaça material à NOS.
O CEO dos CTT, que recentemente viu concluído o processo de privatização da empresa, revelou que as receitas do serviço postal têm vindo a fortalecer-se no decorrer dos últimos cinco anos, evidenciando a robusta aposta que tem feito ao nível da implementação de serviços financeiros. Esta aposta, clarificou, alinham-se com o crescente potencial do comércio eletrónico e, consequentemente, da Economia Digital no mercado português.
Por seu lado, Armando Almeida, que ocupa o cargo de Presidente da PT Portugal há uns escassos meses – numa altura em que a empresa se afoga numa polémica e mediática relação com a brasileira Oi – disse que o setor das Telecomunicações é bastante competitivo, embora nos últimos anos tenha vindo a ser atingido por austeras quebras. “O nosso setor não sabe monetizar os serviços digitais”, referindo-se à incapacidade das operadoras para tirar o máximo proveito das TIC e das oportunidades de crescimento que estas proporcionam.
Falando, inevitavelmente, do negócio com a Oi, Armando Almeida comunicou que no terceiro trimestre de 2014, a PT Portugal conseguiu registar os melhores resultados do ano. Paralelamente, o presidente da operadora portuguesa disse que apesar dos reguladores desempenharem um papel satisfatório existem ainda algumas “pontas soltas” que obstaculizam a atividade das empresas de telecomunicações.
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