O primeiro smartphone criado a pensar em pessoas com deficiência chega ao mercado pela mão da Sesame Enable, uma startup israelita. O financiamento para o projeto surge de investidores privados e da plataforma de crowdfunding Indiegogo e vai ser disponibilizado através de um smartphone Android.
A Sesame Enable diz ter desenvolvido o primeiro smartphone “sem mãos”, preparado para ser utilizado por pessoas com deficiência e que, por isso, não possam segurar e trabalhar com o equipamento de forma tradicional. A startup israelita conseguiu o financiamento necessário para o projeto através de um investimento do governo israelita e de outro investidor privado, bem como de um prémio de um milhão de dólares da Verizon. Para além destes investidores, o projeto foi alvo de uma campanha numa plataforma de crowdfunding.
Muitas são as ideias que têm beneficiado deste tipo de financiamento que torna os projetos públicos e partilhados por todos aqueles que doarem um valor monetário. Neste caso, a plataforma escolhida foi a Indiegogo e a campanha resultou na angariação de 38 mil dólares, valor que ajudou a Sesama Enable a anunciar o lançamento dos primeiros smartphones já no próximo mês.
A tecnologia foi desenvolvida a pensar em pessoas com esclerose lateral amiotrófica (ELA) ou paralisia cerebral mas poderá ser utilizada por qualquer pessoa que não tenha capacidade para usufruir de um smartphone utilizando os membros superiores. A startup vai integrar a solução num smartphone Android através da adaptação do equipamento ao incluir um aparelho que deverá ser colocado na cabeça do utilizador.
Os movimentos realizados pelo utilizador serão transferidos através desse aparelho para a câmara frontal do smartphone que, ao captar esses gestos, poderá transformá-los em comandos geridos por um cursor no ecrã.
O smartphone adaptado será vendido por cerca de mil dólares, mas Giora Livne, co-fundador da Sesame Enable, anunciou a entrega de 30 equipamentos gratuitamente. A ideia para este projeto terá surgido quando Livne viu um programa de televisão onde um jogo era controlado totalmente através de movimentos feitos com a cabeça. O co-fundador tentou, então, adaptar esse conceito aos equipamentos móveis, o que resultou num smartphone que não requer qualquer tipo de toque para funcionar. Basta mover a cabeça.
No futuro, o objetivo é alargar esta tecnologia a outro tipo de objetos tecnológicos, aumentando o número de equipamentos com os quais pessoas com deficiência motora poderão trabalhar, tal como tablets ou televisões.
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