Os discos de estado sólido, que utilizam memória flash como meio de armazenamento, são cada vez mais populares, tanto nos PCs de consumidores finais como nos data centers. Com uma latência baixíssima, baixo consumo energético e custos cada vez mais reduzidos, eles têm sido adotados de forma crescente.
Mas uma pesquisa revelada por Avin Cox, executivo da Seagate, alertou que os SSDs, ao contrário dos HDs magnéticos, não são nada seguros para armazenamento de longo prazo. Na verdade, dependendo do grau do SSD, um período de uma semana sem energia pode ser suficiente para comprometer setores e, consequentemente, dados.
Segundo o executivo, a degradação dos dados inicialmente não é catastrófica, mas vai aprofundando-se com o passar do tempo, podendo chegar à inutilização total. O SSD volta a ser ativado através de alimentação energética, mas os dados podem ser irremediavelmente perdidos.
O dano é menor nos SSDs de classe corporativa, que utilizam materiais de primeira linha. A expectativa de retenção de dados é de até três meses, mas pode ser alterada por uma série de fatores.
Quanto maior for a carga de uso do SSD – mais leitura e gravação, pior. Se o disco vive no limite do armazenamento, também. Finalmente, a temperatura tem um efeito devastador na memória flash: a cada 5ºC a mais, a capacidade de retenção de dados cai pela metade.
A lição é simples: SSD é disco de trabalho e ponto final. É uma tecnologia fantástica e confiável, mas precisa de estar em funcionamento senão dá problema. Para armazenamento de longo prazo, os discos rígidos convencionais, mais lentos, baratos e com partes móveis, não só tem o seu valor como são a melhor opção. Conjugar as duas formas de armazenamento, tanto em casa como no trabalho, é a melhor solução.
*Jocelyn Auricchio é jornalista da B!T no Brasil
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