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Setor da energia discutido no segundo dia do Congresso das Comunicações

O segundo dia do Congresso das Comunicações recebeu como primeira sessão no auditório um a conferência “Energia: uma nova era”. Esta sessão teve como tema principal o modo como as empresas do setor energético respondem aos desafios e oportunidades recorrendo às mais recentes tecnologias.

A conferência abriu com uma breve apresentação de Livio Gallo (Networks and Infrastructures Director da Enel), dando a conhecer a sua perspetiva atual relativamente ao setor da energia.

Carlos Costa Pina, Administrador Executivo da Galp Energia, falou sobre a grande pressão que o setor vive atualmente e que tem tendência a aumentar nos próximos anos: “O que verificamos é que até meados deste século a população vai aumentar cerca de 50 por cento e portanto vai haver um aumento significativo da procura de energia, em cerca de 30 por cento, até 2040. E com esta pressão aumenta a procura de combustíveis fósseis”, declara Carlos Costa, acrescentando que esta situação “obriga a melhorias nas TIC e nas infraestruturas”.

Nuno Ribeiro da Silva, Presidente da Endesa Portugal, foi outro dos oradores desta sessão, centrando-se mais no tema da descarbonização. “Há uma grande orientação para a descarbonização. Fomos todos substituindo as centrais térmicas tradicionais pelas centrais térmicas de gás natural”, explica o Presidente da Endesa. Relativamente às energias renováveis, Nuno Ribeiro diz que atualmente estas correspondem a dois terços da energia total disponibilizada para a rede.

O orador falou ainda sobre a situação a nível financeira que vive atualmente o gás natural: “O gás natural está muito caro e o carvão baixou o preço. Assim, hoje muitas centrais a carvão na Europa estão a funcionar em pleno e as de gás natural, que são muito menos agressivas em CO2, estão paradas”.

Gonçalo Morais Soares, CFO da REN, também deu a sua opinião sobre o setor energético. O CFO explica que o mercado está a ser liberalizado e que isso faz com que se intensifique a eficiência da redução de custos, aumente a oferta e apareçam novos serviços.

“Tem de se estar muito atento ao impacto que as novas tecnologias trazem a esta indústria”, afirma Gonçalo Soares relativamente ao impacto das TIC no setor da energia.

Foi levantada a questão do que podem vir a esperar os consumidores da EDP a longo prazo e Miguel Stilwell Andrade, Membro do Conselho de Administração da empresa respondeu da seguinte forma: “De um ponto de vista tecnológico começamos a ter tecnologias que possam produzir eletricidade em casa a um preço competitivo”, diz Miguel Andrade, acrescentando que o caminho é “tentar encontrar cada vez mais pontos de contacto com o cliente”.

O Membro do Conselho de Administração da EDP falou ainda sobre a liberalização do mercado: “O setor empresarial está hoje completamente liberalizado. Com a entrada da Troika ficou acordado que haveria um calendário de liberalização, que vai até finais de 2015. Atualmente já mais de 30 por cento dos clientes domésticos já passaram para o mercado liberal”.

Nuno Ribeiro da Silva levantou ainda a questão da concorrência no mercado doméstico e a redução dos preços. “Há um quadro que tem de ser considerado, que é o facto de termos uma carga fiscal sobre o setor muito grande. As câmaras municipais cobram várias taxas e a carga fiscal em Portugal é muito maior do que por exemplo nos Estados Unidos. E há ainda outro quadro, que é o das pressões sobre o setor. Fala-se agora em pobreza energética e numa série de pressões que se refletem nos custos”, explica o Presidente da Endesa Portugal. “Temos uma rede de eletricidade e gás que é das mais fiáveis do mundo. E isto tem um custo. Há muitos procedimentos a nível de segurança e ambiental que têm de ser tomados”, acrescenta.

No final da sessão, Carlos Costa Pina falou sobre o contributo das TIC para o setor da energia: “Há muitas dimensões relevantes, e uma delas é o facto de que estamos cada vez mais a avançar para aquilo que são campos petrolíferos digitais e campos petrolíferos sub-aquáticos. A tecnologia está ao serviço da suficiência energética”, diz o Administrador Executivo da Galp Energia.

Cátia Colaço

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