De acordo com um novo relatório da Gartner, que olha para os próximos dois anos deste mercado, as nuvens públicas já conseguem oferecer a “escalabilidade, poder computacional, armazenamento e segurança para permitirem melhores plataformas governamentais e irem ao encontro das expectativas de desempenho e valor.” A adesão à nuvem vai acelerar apesar das reticências relacionadas com o nacionalismo e receios de “soberania” sobre os dados.
“Muitos fornecedores de serviços na nuvem, como Amazon Web Services, Microsoft e Google, investem fortemente na incorporação de níveis mais elevados de segurança nos seus produtos para reforçarem a confiança de que os seus dados são mais seguros”, comenta o diretor de pesquisa Neville Cannon. “Muitos destes fornecedores podem investir mais do que a maioria dos países consegue pagar, já para não falar de agências governamentais.” A consultora acredita que o sector público vai perceber que não consegue equiparar os seus investimentos em segurança com o volume de gastos dos grandes fornecedores, o que ajudará a acelerar a adesão à nuvem.
Outra previsão da consultora prende-se com os serviços de suporte em centros de contacto governamentais: a Gartner acredita que, em 2018, mais de 50% da primeira camada de serviço será fornecida por assistentes pessoais digitais. “Os avanços na aprendizagem cognitiva e tecnologias de processamento de linguagem natural atingiram o nível de viabilidade comercial que os CIOs governamentais podem incluir nos seus calendários de adoção tecnológica.”
Uma outra tendência será a adesão a políticas “Bring Your Own Algorithm“, que serão efetivas em mais de 25% das agências governamentais. Estas irão procurar trabalhadores que possam trazer a sua propriedade intelectual, dado o crescimento de serviços self-service de descoberta de dados, ferramentas de business intelligence e analítica e um ambiente de trabalho digital com pontos de contacto no consumo.
A Gartner fala de cidadãos que são também cientistas de dados. O desempenho dos funcionários públicos, diz, será determinado pelas metodologias e algoritmos que empregam para transformar os dados em acções que aumentem a eficiência. Estas políticas BYOA vão ajudar a contratar talentos que normalmente não querem ir para o sector público, dada a desvantagem competitiva que tem com o sector privado – algo que é bastante prevalente, por exemplo, no sector público português.
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