Sage lista seis tecnologias que vão revolucionar as PME

“Qualquer tamanho de negócio terá de ligar o radar para as novidades em tecnologia, mesmo que sua empresa não seja exatamente da área, já que a transformação está acontecendo de maneira intensa”, afirma Klaus Michael Vogelberg, diretor de tecnologia da Sage.

A provedora defende que estas tendências terão um papel fundamental nos próximos anos para as PME, pois podem ter alto impacto tanto na produtividade, ao simplificar a gestão, quanto na competitividade das empresas, com a oferta de novas oportunidades e modelos de negócio.

Essas são as tendências que a Sage acredita que irão revolucionar os negócios em 2017:

1. Chatbots
Interfaces autônomas como chatbots ou agentes digitais vão se tornar cada vez mais comuns em diferentes dispositivos para que os empresários façam a gestão de seus negócios, diz a empresa. Essas interfaces vão mudar de forma significativa como humanos e computadores trabalham e relacionam entre si, conversando com os sistemas por gestos. Eles vão trabalhar de maneira autónoma e têm capacidade de autoaprendizagem. Em alguns casos, o software poderá agir sem a participação do utilizador, ou perguntar sobre algo uma única vez e utilizar essa informação para atividades futuras.

A própria Sage lançou seu primeiro chatbot de contabilidade, o Pegg, no ano passado. O sistema atua como um assistente inteligente que permite aos utilizadores acompanharem despesas e gerirem as finanças, utilizando aplicações de mensagens como Facebook Messenger e Slack, e é direcionado a pequenas e médias empresas.

2. Inteligência Artificial 
Com o aumento do volume de dados gerado por diferentes dispositivos e a análise de dados a tornar-se cada vez mais acessível, as empresas precisam de encontrar maneiras de extrair conhecimento da riqueza atual do Big Data.

A Sage aconselha que as PME trabalhem conjuntamente. Se pequenos e médios empreendedores juntarem forças e dividirem, por exemplo, o computer power e os dados com outras companhias de forma estruturada e sistemática, podem beneficiar dessa colaboração ao receber uma maior e melhor base de informações e uma inteligência de dados superior. Similar a mecanismos de crowdsourcing, essa base de dados possibilitaria às empresas entenderem melhor o comportamento dos consumidores, suas necessidades, o que oferecer a eles e em quais áreas investir.

3. Blockchain
Criado para organizar transações de bens digitais entre as duas partes de uma forma inovadora, os empreendedores também devem analisar se a tecnologia de blockchain pode impactar os atuais modelos de negócio. Particularmente, todos os negócios que trabalham como intermediários entre duas partes – como advogados, imobiliárias ou corretores financeiros – podem ser afetados por essa nova abordagem. Inclusive os contadores, já que a blockchain pode eliminar uma parte significativa da carga de trabalho – como o controlo e agendamento de transações, transferência de dinheiro ou pagamento de faturas – executado atualmente por profissionais destas áreas.

As blockchains permitem que as pessoas transfiram esses ativos de uma forma direta e segura, o que representa uma forma nova de organizar transações de ativos digitais entre as duas partes.

Todos os participantes de uma blockchain (os chamados nodes) têm acesso ao registo partilhado, que contém um inventário com todos os ativos digitais relevantes. Quaisquer mudanças feitas são aplicadas em todas as cópias em questão de minutos. Desta forma, o sistema é transparente e dá segurança aos participantes sem a necessidade de que qualquer outra autoridade legitime a operação.

4. Uso do dinheiro
Hoje as aplicações possibilitam que utilizadores realizem pagamentos de forma fácil e que façam compras por dispositivos móveis ou websites. Por outro lado, sistemas de contabilidade são pouco amigáveis aos utilizadores e menos integrados.

Em 2017, novas soluções permitirão que as empresas estabeleçam pagamentos de ponta a ponta, com seus fornecedores e clientes. Isso possibilitará que os canais de pagamentos se tornem omnipresentes, imediatos e disponíveis a qualquer momento, e serão totalmente integrados aos sistemas de contabilidade. Todas as partes, como plataformas de comércio eletrónico, bancos, fintechs ou parceiros, serão beneficiados pelos padrões de programação (API), que poderão ser usados para criar novos serviços e que possibilitarão processos integrados e totalmente automáticos de pagamentos e transações financeiras.

5. Infraestrutura
Em 2017, mais empresas  irão substituir seus software locais e autónomos por soluções integradas e em nuvem, que operam em plataformas, como a Salesforce.com. Tal plataforma oferece a seus usuários acesso a inúmeras aplicações de negócios e serviços integrados. Além disso, as companhias também tiraram benefícios com o uso de aplicações para dispositivos móveis de plataformas como a operada pela Apple Mobility Partner Program.

O grande benefício dessas plataformas é que oferecem, até para as menores empresas, acesso a soluções inovadoras de software de gestão, o que seria financeiramente inviável à menos de uma década atrás. As plataformas em nuvem estão a democratizar a forma pela qual algumas empresas conseguem acesso a aplicações de última geração e tecnologias inteligentes e escaláveis, já que permitem que empreendedores descubram novas formas de trabalhar por meio de uma boa infraestrutura capaz de receber qualquer tipo de informação de seus parceiros ou da Internet das Coisas (IoT), analisá-la e então criar algo novo e produtivo.

6. Internet das Coisas (IoT)
A grande quantidade de dados originária de todos os tipos de sensores incorporados em máquinas, carros, celulares, roupas ou até mesmo humanos (por exemplo, para monitoramento médico), resultará em um tesouro de dados, criando variados novos serviços.

O fluxo de dados para desenvolver o negócio de cada PME pode ser pensado da seguinte forma:
•    A mecânica vai desenvolver novos serviços, como manutenção preventiva para todos os tipos de infraestrutura técnica;
•    Companhias de logística irão aprimorar as suas frotas de camião utilizando dados de trânsito de diferentes fontes, incluindo dados de cidades inteligentes, semáforos, ruas e outros veículos;
•    Serviços de portaria irão desenvolver todos os tipos de vigilância com a concretização de novas tecnologias de casas inteligentes;
•    Empresas de retalho e donos de lojas poderão conectar-se a dispositivos de casas inteligentes, como frigoríficos ou outros eletrodomésticos, para abastecer seus clientes automaticamente com bens e serviços;
•    Serviços de atendimento médico móvel irão inovar no trabalho de assistência por meio de todos os tipos de novos dispositivos, a fim de aprimorar o apoio a pessoas idosas que moram sozinhas.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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