A Microsoft atualizou o Cyber Signals, a quarta edição do seu relatório de cibersegurança, onde, através dos insights de mais de 8,000 especialistas da companhia, e uma análise a 43 mil milhões de sinais de segurança, faz uma análise à crescente ameaça do comprometimento de emails empresariais.
De acordo com o relatório, a Microsoft identificou novas ofertas de cybercrime-as-a-service (CaaS), incluindo o fornecimento de credenciais e o endereço IP das vítimas, que permitem aos cibercriminosos lançar facilmente campanhas de comprometimento de emails empresariais que são mais difíceis de detetar e mitigar.
O Federal Bureau of Investigation (FBI) recebeu 21.832 queixas de comprometimento de emails empresariais em 2022, com perdas de mais de 2,7 mil milhões de dólares. Entre abril de 2022 e abril de 2023, a Microsoft Threat Intelligence detetou e investigou uma média de 156.000 ataques de comprometimento de emails empresariais por dia, tendo o número de tentativas aumentado 38% nos últimos quatro anos (entre 2019 e 2022).
Entre as principais táticas de phishing utilizadas, e apesar de a Unidade de Crimes Digitais da Microsoft, entre maio de 2022 e abril de 2023, ter bloqueado 417,678 URLs como phishing, está o lure, em que utilizam truques para atrair a atenção dos utilizadores para coagi-los a realizar uma determinada ação que permita roubar as suas informações (62.35%);
Destaque ainda para o payroll, em que se fazem passar pelos colaboradores e pedem alterações aos dados bancários (14.87%) e o invoice, em que se fazem passar por um colega ou fornecedor para convencer o utilizador a pagar uma fatura falsa ou uma fatura legítima para uma conta falsa (8.29%).
Embora as implicações financeiras destes ataques “sejam significativas”, os danos mais complexos e a longo prazo podem incluir o roubo de identidade, se as informações de identificação pessoal forem comprometidas, ou a perda de dados confidenciais, se as mensagens sensíveis ou a propriedade intelectual forem expostas numa rede maliciosa.
Diz o mesmo relatório que, tendo em conta a própria natureza dos ataques, os principais alvos do comprometimento de emails empresariais são executivos e outros líderes, gestores financeiros e os departamentos de recursos humanos das empresas com acesso aos registos dos colaboradores, como números da segurança social, declarações fiscais ou outras informações pessoais. Novos colaboradores, que podem estar menos propensos a verificar solicitações de email desconhecidas, também estão entre os principais alvos.
O Cyber Signals também regista uma tendência significativa na utilização de plataformas como o BulletProftLink, um serviço conhecido por criar campanhas de email maliciosas em escala industrial.
Manuel Dias, NTO da Microsoft Portugal, destaca que “embora as organizações estejam há alguns anos a gerir forças de trabalho totalmente remotas ou híbridas, ainda é necessário repensar a conscientização sobre segurança na era do trabalho híbrido. Como os colaboradores estão a trabalhar com mais fornecedores e contratados, recebendo mais emails que “surgem pela primeira vez”, é imperativo estar consciente do que estas alterações nos ritmos de trabalho e correspondência significam para a superfície de ataque”.
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