Presidente da Qualcomm não vê separação da empresa com bons olhos
Derek Aberle diz que a separação da empresa em duas entidades distintas pode não aumentar o valor do negócio. Os investidores querem bipartir a fabricante de chips: de um lado, a unidade de licenciamento de patentes; do outro, a unidade de produção de semicondutores.
Pressionado pela Jana Partners, um dos maiores acionistas da Qualcomm, Aberle considera que dividir a empresa em dois não é a solução para a queda contínua do valor das suas ações. Os investidores discordam.
No entanto, esta cisão de negócios está ainda longe de ser concretizada. O Conselho de Administração da Qualcomm está ainda a ponderar a jogada, e não deverá chegar a uma decisão até ao final do ano.
Os acionistas a favor da separação acreditam que ambos os negócios conseguirão alcançar maior rentabilidade e valor de mercado enquanto entidades independentes.
Aberle, citado pela Reuters, diz que é preciso analisar com muito cuidado se, de facto, a separação da empresa resolverá os problemas, quaisquer que eles sejam, que estão a afundar o valor de mercado da Qualcomm. O executivo mostra-se bastante relutante em aceitar a posição dos investidores “pró-separação”, e parece acreditar que uma Qualcomm unificada é a melhor solução, embora, como está à vista de todos, esse não tem sido o melhor caminho.
Em julho, o CEO da Qualcomm, Steve Mollenkopf, anunciou um plano de recuperação que pretendia cortar cerca de 1,4 mil milhões de dólares em despesas e reduzir a força laboral em 15 por cento. O anúncio é feito depois de a empresa ter revelado, 4 meses antes, que ia arrecadar até 15 mil milhões de dólares com recuperação de ações.