Portuguesa AMT Consulting abre escritório em São Paulo
A portuguesa AMT Consulting, parceiro exclusivo da SAP, resolveu abrir um escritório no Brasil, em São Paulo. Tiago Leal, partner, confessou-nos que quer que esta geografia represente, no final de 2015, 8% do valor global da AMT. O ano passado, a empresa portuguesa faturou 2,8 milhões de euros.
Recentemente anunciaram a abertura de um escritório no Brasil. Como surgiu a oportunidade?
Assente no que acreditamos ser a industrialização do processo, a internacionalização da AMT irá ser suportada no apoio global a essa industrialização. Temos feito projetos em alguns países, na Europa, África e América Latina, avaliando sempre em cada um deles as oportunidades e o mercado. O Brasil, no qual já realizamos projetos há mais de dois anos, tem vindo a ser um mercado que foi alavancado por clientes nossos, por um lado, que estabeleceram operações lá e estenderam o nosso apoio ao país. Isso potenciou a nossa abertura de um escritório no Brasil, para sermos mais eficazes no apoio local, e explorar as oportunidades que entretanto foram sendo trabalhadas.
Mas então já têm negócio lá…
Já realizámos dois projetos locais no Brasil, estando ambos em fase de apoio pós-produtivo. Devido à entrada do requisito “e-social” no Brasil, o mercado de consultadoria em sistemas irá ter uma subida na demanda local, precisamente na área onde somos especialistas, tendo a AMT sido já selecionada para um estudo de impacto da implementação do “e-social” numa empresa local.
Já estão efetivamente a faturar ali?
Em 2015 já estamos a faturar localmente.
Que estado vão cobrir?
Abrimos em São Paulo, e esta será a nossa base no Brasil. Não significa que estaremos só a endereçar esse estado. Estamos, por exemplo, atualmente a finalizar um projeto no Rio de Janeiro e a estudar algumas oportunidades no Paraná e Santa Catarina.
No Brasil, assim como em Portugal, também serão maioritariamente parceiros SAP?
Sim.
Que expectativas têm para o primeiro ano de negócio?
Neste primeiro ano de negócio, ou seja no final de 2015, prevemos que 8% do valor global da AMT seja proveniente do Brasil
Para além do Brasil cobrem mais alguma geografia?
Em termos de abertura local, não. Os projetos que temos fora consideramos exportação de serviços a partir de Portugal.
Qual o volume de faturação em 2014?
Em 2014, a AMT Consulting atingiu um volume de faturação de 2,8 milhões de euros. A empresa tem vindo a registar um crescimento contínuo, e para este ano estimamos que continue a crescer.
Em Portugal, quantos recursos humanos têm e com que competências?
Em Portugal contamos com cerca de 70 consultores, distribuídos entre o Porto e Lisboa, estando a maioria em Lisboa. Apesar da AMT Consulting ser reconhecida como especialista em processos recursos humanos suportados em sistemas SAP e SuccessFactors, nos últimos quatro anos criámos duas novas áreas de competências em consultoria, uma de Logística e outra financeira. Por outro lado, possuímos um laboratório focado na inovação, que se chama AMT LABS, e está sediado na UPTEC derivado a uma parceria tecnológica com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, onde desenvolvemos soluções inovadoras e verticais. Foi aqui, aliás, onde surgiu a primeira aplicação móvel portuguesa certificada pela SAP, para a gestão móvel de ausências. Assentamos muito o nosso posicionamento na inovação. Nota disso mesmo foi o facto de termos sido os primeiros parceiros portugueses a ser certificados em SAP VAR Cloud para SuccessFactors. Por termos mais de 100 projetos realizados em mais de 10 países, dá-nos hoje a capacidade de suportar clientes internacionais devido ao know-how em cerca de sete sistemas de Payrol.
O negócio SAP representa que percentagem do vosso negócio?
Somos parceiros exclusivos SAP, pelo que a totalidade do nosso negócio assenta em SAP e SuccessFactors, recentemente adquirida pela SAP.
Em que indústrias estão mais focados?
A nossa especialização advém do domínio do processo de negócio de Recursos Humanos, independentemente da Industria. O know-how detido na parte administrativa de Recursos Humanos, que consideramos hoje ser um comoditie nas organizações, e na parte de gestão de talento, onde de fato sentimos existir uma aposta crescente das empresas, leva-nos ter experiência em inúmeros sectores como a aviação, indústria, distribuição, construção, utillities e sector publico, entre outros. É na especialização do processo, ou melhor, na industrialização do processo, que queremos estar, até porque com a adoção cloud a entrar de forma rápida, a industrialização do processo será o “Key-Point” na consultoria de sistemas e queremos estar nessa área. É nessa linha que as nossas áreas de logística e financeira irão caminhar para ofertas ao mercado.
O que tem sido particularmente desafiante nestes dois últimos anos no mercado nacional?
Estabelecemos há dois anos uma parceria com SuccessFactors, que representa o sinal claro na nossa estratégia futura para o “Cloud Business Process”, o que está a transformar a nossa organização, desafiando-nos a acompanhar a tendência de mercado. Embora com alguma resistência natural, conseguimos já obter dois negócios cloud para a gestão de talento, que vêm suportar a estratégia definida há dois anos. É um desafio que estamos empenhados em vencer, pois o paradigma dos sistemas aplicacionais mudarão radicalmente nos próximos 10 anos, esse é o desafio.
Já há uma retoma nas TI? As empresas já voltaram a investir?
O investimento continua de forma reservada, contudo sentimos um ligeiro aumento da confiança, que não poderemos chamar ainda de retoma, mas para lá caminha, de forma moderada.
Quais as vossas expectativas para o mercado nacional em 2015?
Em termos de objetivos temos um plano agressivo de crescimento, muito baseado na introdução da nova plataforma de cloud de SuccessFactors no mercado nacional.