Se há uma década o número total de horas lecionadas entre o 1.º e o 12.º ano era de 157.5, hoje são apenas 52.5, ou seja, atualmente os alunos têm pouco mais de uma semana completa de trabalho para adquirir todas as competências necessárias na área das TIC, diz um estudo elaborado pela Universidade Portucalense.
“Apesar de nos últimos anos se terem conhecido significativas evoluções na sociedade da informação, verifica-se atualmente um desfasamento entre as competências necessárias e as adquiridas pelos alunos, pelo que seria desejável que os objetivos da Escola estivessem em consonância com a evolução e necessidades da sociedade”, sublinha em comunicado Carla Rêgo, autora do estudo.
A investigação, intitulada “As TIC no currículo da escolaridade obrigatória”, analisou os currículos escolares de quatro países que estão em lugares cimeiros nos rankings da Educação, designadamente Reino Unido, Finlândia, Austrália e Estados Unidos, e comparou com o caso português, concluindo que Portugal se mantém abaixo da linha da água no que respeita ao índice de políticas de e-skills.
Com uma pontuação de 1.5 valores, numa escala que vai de 1 a 5, Portugal assume assim a posição mais baixa quando comparado com os restantes países em análise, sendo o Reino Unido, com um índice de políticas e-skills igual a 5, quem ocupa o topo da tabela.
“Todos os países que integraram a amostra apresentaram uma preocupação comum: o futuro da economia e produtividade do país, pelo que todos concordaram que é necessário, pertinente e urgente apostar na educação valorizando as STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics), devendo esta aposta começar logo no 1.º ciclo”, afirma a investigadora.
No entanto, os dados apresentados por Carla Rêgo ajudam a perceber que nem todos os países estudados adotam currículos com base nessa preocupação, como é o caso de Portugal, que tem vindo a desinvestir no ensino das TIC no básico e secundário.
Na maior parte dos países analisados, as competências digitais são trabalhadas, enquanto disciplina autónoma, do ensino primário até ao secundário. Em Portugal, só no 3.º ciclo – no 7.º e 8º ano – é que existe uma disciplina curricular de TIC.
O estudo, realizado no âmbito do Mestrado de TIC na Educação, fez ainda uma análise aos conteúdos das disciplinas de TIC nos diferentes países e concluiu que é também necessário que os alunos adquiram outras competências para além da mera utilização da tecnologia, designadamente o pensamento computacional.
No Reino Unido, por exemplo, à semelhança da Austrália e Estados Unidos, pretende-se que os alunos exercitem o pensamento computacional desde os primeiros anos escolares, esperando deste modo combater a falta de especialistas em TIC.
“O pensamento computacional apresenta-se como uma competência que, recorrendo ao raciocínio lógico e algorítmico, ajudará no desenvolvimento das capacidades cognitivas, bem como da produtividade, inovação e criatividade dos atuais alunos, futuros profissionais”, realça a autora do estudo.
Recorde-se que segundo a Comissão Europeia, em 2020 Portugal deverá ter 15 mil vagas por preencher no setor das TIC devendo o número disparar para as 913 mil vagas quando perspetivado para o total de países que compõem a União Europeia.
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