PHC exclui Brasil da estratégia na América Latina

O CEO da PHC, Ricardo Parreira, diz em entrevista à B!T que a empresa passou “alguns anos” a investigar a melhor forma de abordar o mercado latino-americano. A decisão de começar pelo Peru acabou por ter bons resultados, indica, já que a empresa foi bem recebida.

“Como já temos uma posição em Espanha que está a crescer, todas as sinergias estão a ser aproveitadas na América Latina. O Peru será a nossa base”, explica, adiantando que há já várias empresas peruanas a quererem ser parceiras da PHC. “Depois, temos oportunidades na Colômbia e no Chile, que serão os passos seguintes”, estabelece.

O que é que aconteceu com o Brasil? “Escolhemos não ir para lá, pelo menos nos próximos cinco anos”, afirma o CEO. O abrandamento económico foi o fator número um para a decisão, mas a instabilidade que se vive no Brasil não ajudou. “Não é propriamente um país que esteja numa boa fase”, lamenta o responsável, que viveu no país durante alguns anos.

Mas não foi o único motivo por detrás da desistência deste mercado. “Em termos de software de gestão é um país muito específico”, explica Ricardo Parreira. “Tem um enquadramento fiscal muito complexo e um sistema de protecionismo com mais de 80% de impostos sobre importações de software”, frisa. “É quase obrigatório abrir lá empresa, mas depois o retorno do capital é muito complexo. O Brasil não é neste momento um país que esteja virado para o investimento estrangeiro.” O que a PHC encontrou no Peru e outros países foi a situação inversa.

Ainda assim, o executivo reconhece que a América Latina ainda terá um peso residual no volume de negócios este ano, já que o ciclo de decisão sobre software de gestão é bastante demorado nas médias empresas. No ano passado, o peso de todas as operações internacionais foi de 5%, percentagem que a softwarehouse pretende ver subir exponencialmente a curto prazo. A empresa está já a contratar mais colaboradores para esse efeito.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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