Para grandes dados, grandes remédios

Esta é uma das ironias do Big Data. Quanto mais dados surgem, mais informação e conhecimento se consegue. Mas mais difíceis se tornam de aceder e processar. E principalmente, de usar para tomar as melhores decisões. É por isso que as empresas têm mesmo de estar preparadas.

Quero falar-lhe sobre números…números gigantescos! Senão veja:

A cada minuto, 48 horas de vídeo são inseridas no Youtube, o equivalente a oito anos todos os dias. (Fonte: Wikibon)

Impressionado? Então e esta?

Se criássemos uma pilha de CD-ROMs com a atual capacidade de armazenamento global, esta pilha subiria até à Lua e continuaria por mais 80 mil quilómetros. (Fonte: SmartDataCollective)

Incrível! Afinal sempre podemos todos ir à lua…

A cada minuto são criados 571 novos websites. (Fonte: Wikibon)

Sabe quantos sites novos surgem por dia? Basta fazer as contas…

Todos os dias são enviados 247 mil milhões de emails, 80% deles são spam. (Fonte: Kurtosys)

Quantos destes emails são enviados por si?!

Há quase tantos pedaços de informação digital no planeta como há estrelas no universo. (Fonte: Realcom)

Nunca fez tanto sentido falar num universo de informação…

Certamente já conhece uma das expressões do momento: Big Data:

Num estudo efetuado com grandes organizações, 37,5% delas afirmaram que a análise de Big Data era o seu principal desafio. (Fonte: InformationWeek)

Embora esta seja uma questão relativamente nova, tem preocupado muitos decisores. E com razão. No fundo, tudo se relaciona com a quantidade incrível de informação que existe hoje. As empresas estão inundadas de informação. Tanto sob a forma de dados estruturados (ou seja, que estão no seu sistema de gestão) como não estruturados (filmes e emails, por exemplo).

Como se isso não implicasse já quantidades colossais de informação, as organizações também recebem dados a partir de sistemas exteriores.

Há dispositivos a produzir informação constante, normalmente ligados à internet. Os sensores, as câmaras e os smartphones são apenas alguns exemplos de aparelhos que geram enormes quantidades de dados. Um nome genérico para esta realidade é Internet das Coisas.

O prefixo “zetta” já faz parte do léxico corrente dos sistemas de armazenamento de informação. Portanto, estamos a falar de zettabytes, 10²¹ bytes. O incrível número que corresponde a milhares de milhões de milhões de milhões de bytes. Ou seja, milhões de milhões de gigabytes.

As grandes corporações armazenam internamente múltiplos petabytes (milhões de gigabytes) e mesmo pequenas e médias empresas trabalham com dezenas de terabytes (milhares de gigabytes) de dados.

Mas não vai ficar por aqui. Este volume tende a crescer geometricamente. Por outro lado, a competitividade e a velocidade do mundo dos negócios tendem a crescer exponencialmente.

Foi esta enorme acumulação de informação que levou à criação da expressão Big Data.

E, mais importante, levou ao aparecimento de um dos maiores desafios de sempre para os empresários: extrair valor estratégico de toda essa imensidão de dados. Como podem então as empresas tomar decisões rápidas baseadas em dados específicos e concretos?

É essencial porém notar a necessidade de uma configuração personalizada. A expressão “cada caso é um caso” vale para muitas situações do mundo empresarial, e aqui é de certeza uma delas.

Cada empresa terá de procurar o seu caminho para um processamento ideal dos dados, tendo em conta a natureza específica desses dados e os objetivos do seu negócio. Esse caminho não precisa de ser determinado apenas pelas gerências e pelos departamentos de TI, também os fornecedores e implementadores da tecnologia têm a obrigação de ajudar as empresas nesse percurso.

Os pormenores desse caminho têm muito a ver com a “variedade” dos dados. Isto porque Big Data não é apenas uma questão de “quantidade”.

Um exemplo muito simples e recorrente pode ver-se nas relações com os Clientes. Hoje em dia faz mais sentido do que nunca ter uma visão 360º de cada Cliente. Para conseguir isso é necessário percorrer grandes dimensões de dados, já vimos isso, mas também uma grande variedade.

Conhecer um Cliente e os critérios aos quais reage implica analisar os registos de toda a sua atividade com a empresa (a partir do software de gestão interno), mas também a comunicação com os vários canais (mail, Facebook), os pensamentos sobre a empresa (Twitter, fóruns), a presença na internet (páginas, anúncios, blogues), a previsão do que poderá preferir no futuro, e a lista continua.

Esta é uma das ironias do Big Data. Quanto mais dados surgem, mais informação e conhecimento se consegue. Mas mais difíceis se tornam de aceder e processar. E principalmente, de usar para tomar as melhores decisões.

É por isso que as empresas têm mesmo de estar preparadas.

As que trabalharem melhor esta informação, ou seja, que produzirem mais rapidamente resumos e sínteses para tomar decisões, vão adiantar-se em relação às outras.

Muitas vezes o que acontece é que a informação até já está dentro do sistema. Mas como os humanos a desconhecem não puderam decidir sobre ela e perderam assim a oportunidade. Apenas os sistemas integrados têm a capacidade de identificar toda a informação útil e mostrá-la aos utilizadores. Este é talvez um dos aspetos mais úteis e significativos de um software de gestão preparado para a realidade Big Data.

O paradigma hoje em dia é este. Simplesmente não é possível gerir toda a informação sem um sistema preparado para o efeito.

Para grandes dados, grandes remédios, e uma base de dados com quatrilhões de bytes são muitos dados.

Atualize-se e veja de imediato a compensação desse esforço. Trabalhar bem toda a sua informação significa decidir melhor. E como todos sabemos, quem decide melhor é quem ganha.

Eu bem avisei que íamos falar de números gigantescos…

Leia também : Os novos trunfos da IA
Bruno Ribeiro

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