Mercado de pagamentos móveis vai valer 83 mil milhões em 2018
O novo white paper da Juniper Research sobre pagamentos sem contacto indica que o mercado vai valer 95 mil milhões de dólares, ou 83 mil milhões de euros, já em 2018. É quase o triplo do volume alcançado no ano passado, 31 mil milhões. Os dados da consultora referem-se a pagamentos via smartphone e wearables.
O white paper contém as principais conclusões do estudo aprofundado “Contactless Payments: NFC Handsets, Wearables & Payment Cards 2016-2020.” A Juniper Research sublinha que a emergência de wearables conectados fez disparar o interesse por NFC, a tecnologia wireless de curto alcance mais usada nos pagamentos móveis, e que estes dispositivos estarão na vanguarda destes desenvolvimentos, com destaque para o Apple Watch.
No entanto, a consultora prevê que os wearables sejam responsáveis por apenas 2% dos pagamentos móveis feitos sem cartão até 2018, tendo em conta que há muito mais smartphones com NFC que dispositivos “vestíveis” com estas capacidades. A Apple vendeu 9 milhões de relógios inteligentes em 2015, o que é um fragmento do número total de smartphones com NFC no mercado.
O estudo também questiona as perspetiva de longo prazo dos wearables que já vêm pré-carregados com soluções, como a gama bPay do Barclaycard, argumentando que estes dispositivos colocam maiores riscos de segurança que os outros, ligados a cartões de débito e crédito e protegidos por um elemento de segurança.
Apple Pay abre caminho
Um dos pontos interessantes do estudo refere-se às alterações no ecossistema NFC, com vários fabricantes a seguirem os passos da Apple e a embeberem elementos seguros no smartphone. Esta abordagem, defende a Juniper, diminui a capacidade de as operadoras móveis tirarem valor do mercado de pagamentos móveis.
Até ao momento, apenas a Samsung lançou o seu próprio serviço de pagamentos, Samsung Pay, mas a Xiaomi prepara a sua oferta e a ZTE e a Lenovo já começaram a implementar elementos seguros embebidos (eSEs, embedded secure elements) nalguns modelos de smartphones.
“A maioria dos pilotos e serviços comerciais conduzidos por operadoras já foram encerrados”, explica Nitin Bhas co-autor do estudo. “A entrada da Apple no NFC deu à indústria um impulso muito necessário, e pode muito bem ser vista como o ponto de inflexão para a tecnologia, mas ao mesmo tempo matou os projetos das operadoras móveis”, adianta o investigador.
O whitepaper “NFC – No Contact Required” está disponível no site da consultora.