Opinião: A importância das redes inteligentes para as PME
Desde o final do século passado, depois de vivermos uma relativa estabilidade em torno das tecnologias de rede, vivemos agora um período de mudança disruptiva. Muitos concordamos que estamos a iniciar a 4ª revolução industrial, com grandes implicações a nível económico, social e político a breve prazo.
Num mundo globalizado, a transformação digital e a desmaterialização associada obrigam os mercados, tanto clientes como fornecedores, a aceitar grandes mudanças. Os sistemas inteligentes impõem-se de forma cada vez mais percetível nas nossas vidas, facilitando inúmeros aspetos e ajudando na tomada de decisões.
O caminho para o futuro está a transformar a forma como vivemos, como trabalhamos e como nos relacionamos entre pessoas, mas também entre empresas e consumidores. As tecnologias de que quase todos já ouvimos falar: Cloud, Redes Inteligentes, Big Data, Inteligência Artificial, Robótica, Internet das Coisas, etc., estão a permitir a criação de novos modelos logísticos, com novas formas de chegar ao consumidor final, alargando fronteiras e abrindo novos caminhos para a inovação.
Ora, perante tal realidade, desde as grandes organizações públicas e privadas, até às empresas familiares, todas terão que enfrentar transformações e desafios e passar por processos de readaptação, porque a mudança está a ser rápida. Diria que a adoção de uma visão digital é algo prioritário (sendo essencial perceber o nível de “maturidade digital” de cada empresa), assim como a criação de infra-estruturas digitais e o delinear de novas estratégias.
Talvez porque foram inicialmente desenhadas para empresas de outra dimensão, até agora não estava claro como podiam as PMEs tirar partido das redes definidas por software (SD-WAN). As redes SD-WAN têm muito a oferecer às PME mesmo que se trate de empresas com pouca dispersão geográfica. A resolução de problemas nas redes tradicionais WAN, escapa muitas vezes ao conhecimento dos responsáveis informáticos das PME, fazendo com que a resolução dos problemas se torne lenta, obrigando frequentemente à intervenção do operador envolvido.
A simplificação dos requisitos e das ferramentas para a gestão da rede e a transferência segura de dados entre diferentes locais, através de uma rede privada, pode ajudar a ultrapassar algumas dificuldades de conexão, solucionar problemas de congestão de rede, proporcionando múltiplas conexões WAN com um fluxo de tráfego contínuo e atribuir prioridades aplicação a aplicação, ultrapassando problemas com serviços sensíveis à latência.
Está visto que as TIC ajudam as empresas a ser mais produtivas, mais competitivas e mais inovadoras, tendo-se convertido numa parte activa do negócio, com influência directa nos resultados das empresas. Em função dos níveis de serviço que se pretendam alcançar com a transformação digital, devem ser identificadas as tecnologias, os processos e os recursos, necessários para atingir os objectivos a alcançar. Será necessário estabelecer um equilíbrio, nem sempre fácil, entre as áreas técnicas e de negócio, tentando estabelecer prioridades de acordo com ambas as partes, para um plano de transformação bem-sucedido.
A transformação digital está a revolucionar o tecido empresarial e não há como contornar isto. Há que pensar na importância da adoção de uma cultura digital, suficientemente flexível para aceitar objectivos que vão evoluindo em função das áreas de negócio, adaptando-se permanentemente a novos requisitos. Daí a importância de contar com uma infraestrutura de rede que possa reconfigurar-se e adaptar-se de forma simples, protegendo os investimentos realizados, tal como acontece com o SDWAN que permite a virtualização gradual da infraestrutura da rede.