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Opinião | O drama do preenchimento do IRS

Inocentemente começo por abrir o meu browser predefinido, o Google Chrome, e abro o site da Autoridade Tributária (AT) para preencher a minha declaração. Vejo de imediato a seguinte mensagem:

Uma das hipóteses indicadas é que não tenho o Java atualizado, por isso optei por fazer a atualização. Após ter feito este passo, continuo a receber a mesma indicação. Também tenho as pop-ups habilitadas, por isso não é esse facto que está a inibir a utilização. Depois verifico a situação dos browsers aceites e as versões. Ora o Mozilla Firefox vai na versão 53.0.3 e o Chrome na 58.0.3029.110. É um pouco difícil os utilizadores ainda terem as versões antigas que são aceites, a 51 e até à 44, respetivamente.

Então, decidi experimentar o recente Microsoft Edge, que nem sequer é mencionado na mensagem de erro apesar de existir há cerca de 1 ano, e também não funciona.

Chego à conclusão lógica que o problema é a solução ser desenvolvida em Java e que os browers modernos, que não aceitam Java por questões, essencialmente, de segurança (pelo menos é o que as empresas referem), não conseguem correr a aplicação.

Então optei pelo meu velhinho Internet Explorer (IE) e eis que por magia, tudo funciona na perfeição. Fiquei perplexa porque, tendo em consideração a obrigatoriedade do preenchimento, os serviços informáticos do Estado e da Autoridade Tributária deveriam trabalhar para que a ferramenta fosse compatível com a maioria dos navegadores. Além do mais que há diversas empresas portuguesas de software (felizmente temos muitas e boas) que, certamente, não se importariam de “dar uma ajuda” na resolução da situação.

Assim, o meu conselho para que tem sistema operativo Windows e está com problemas em realizar o IRS de 2016 é que faça uma pesquisa no PC, encontre o IE  e preencha a sua declaração com esse navegador.

Mas não deixa de ser estranho que com a modernização da Administração Pública que tem trazido transformação digital a tantos serviços do Estado e que, inclusive, é um exemplo para outros países, a AT continue a basear a sua ferramenta do IRS em Java quando já se sabe, há muito tempo, que os principais browsers lidam mal ou não aceitam esse software.

Urge assim corrigir esta situação para que, pelo menos, quando seja o tempo de fazer o IRS de 2017, os portugueses não tenham estas difculdades.

Leia também : Os novos trunfos da IA
Mafalda Freire

Colaboradora da B!T, escreve sobre TI e faz ensaios. Esteve ligada à área de e-commerce durante vários anos e é fã de tecnologia, do Star Wars e de automóveis.

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