Lisboa está na moda e não precisa de provar a ninguém que sabe receber. Aliás, os portugueses em geral sabem receber bem, são justos e simpáticos e não se aproveitam dos estrangeiros. Isso, por si só, tem um valor acrescido junto de quem quer organizar um evento que junta 50 mil pessoas, entre criativos, programadores, representantes de bancos e fundos de investimento.
O que se vai passar em Lisboa nos próximos 4 dias é simples de explicar. Um pavilhão multiusos transformado numa enorme sala de visitas, com divisórias para salas reuniões, espaço para bancos e seus representantes e stands de demonstração de potenciais novos negócios.
E isto sendo que, dentro deste multiusos, vão estar os mais talentosos criativos e desenvolvedores de plataformas, complexas ou simples, inovadoras aplicações web e os mais fortes investidores em negócios TI.
Serão horas de conversa, demonstrações de novos produtos, serviços web, e novos conceitos, tudo em nome do futuro e da nova economia que se quer centrada na tecnologia.
A ideia é colocar toda a gente a falar, principalmente quem cria com quem financia transformando ideias bem desenvolvidas, em início de ciclo, em negócio e colocá-las no mercado. No meio disto, Lisboa recebe e mostra como é bela.
Sem que isso seja um problema mas sim uma graça, que eu quero acreditar que 25% destes visitantes vão regressar com as suas famílias ou com os seus amigos, para desfrutar da cidade em férias. Por isso, este é também um evento para demonstrar como somos bons anfitriões. Não precisamos de ser patetas como sugere a ARESP aos seus associados, basta sermos nós, a malta das calças de ganga e t-shirt que sabe estar e que veio aqui fazer negocio. Se pela noite se perderem em maluqueiras devem ser tratados como tal, não deve haver excepções, Lisboa é uma cidade de gente séria e de bom senso não é uma baderna.
Voltando ao negócio, que é isto que nos interessa, o facto deste evento se passar em Lisboa dá oportunidade a empreendedores, jovens empresários ou grupos de universitários portugueses mostrarem os seus talentos e colocarem investidores a levar as suas ideias para Paris, Londres ou para o Texas. Porque nós ainda não estamos preparados e o objetivo é mostrar talento e capacidade de acolher eventos, não em transformar Portugal naquilo que não é nem nunca quis ser.
Este evento serve também para nos colocar no nosso lugar e, de uma vez por todas, pensarmos que temos de fazer bem o que somos bons e, paulatinamente, podemos sonhar um dia em daqui sentados à beira Tejo desenvolver para o mundo. Mas, para isso, é preciso encontrar o caminho mais correto e eficaz. Por isso procurem-no desfrutando do momento, sem querer ser mais do que somos, para isso estão cá os promotores do evento que usam uma tática tão agressiva de vendas que ninguém sabe o que afinal é o Web Summit.
Lá está, era importante explicar às pessoas do que se trata em concreto porque aqui é Portugal e se não soubermos exatamente do que se trata cheira-nos sempre a esturro, o que não é o caso.
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