Chamam-lhe a estratégia onmicanal. Ou seja, o uso de mais do que um canal para determinada tarefa. Neste caso, coisa “simples”: compras de Natal. Bem.. simples, ou não.
Segundo a consultora Deloitte, cada vez mais os consumidores portugueses integram diferentes canais no processo de compra. E enquanto o online é o canal mais utilizado para procurar ideias e comparar marcas e preços para os presentes de Natal, as lojas físicas continuam a ser o local preferencial para realizar a compra. Mas este é um cenário que segundo esta consultora pode vir a mudar, já que os portugueses revelam as maiores expetativas de compra através de smartphone da Europa.
“A estratégia de compra omnicanal é uma realidade generalizada no processo de compra dos portugueses e os retalhistas estão conscientes deste cenário, daí o atual movimento em que os retalhistas procuram integrar a sua proposta de valor também com uma forte presença nas novas plataformas e canais digitais. É neste contexto que o mobile e as redes sociais ganham força”, destacou em comunicado Nuno Netto, associate partner da Deloitte.
O online, que inclui os websites e as redes sociais, é utilizado pelos consumidores europeus como o principal meio paraprocurar ideias e sugestões para todas as categorias de presentes desta época – especialmente quando se trata de tecnologia de ponta, videojogos, tecnologia amiga do ambiente ou de filmes -, mas também para comparar produtos, marcas e preços em todas as categorias. Os consumidores portugueses recorrem menos aos websites do que os europeus, mas são dos que mais utilizam as redes sociais para pesquisar e fazer comparações. A televisão continua a ter um papel relevante na influência do processo de compra a nível nacional, no entanto já abaixo das lojas, websites e particularmente das redes sociais.
A maioria dos consumidores portugueses utiliza as redes sociais para consultar preços, procurar produtos ou para encontrar descontos, cupões ou informação sobre a venda dos produtos.
Quando se trata de concretizar a compra, em Portugal, as lojas físicas continuam a ser o canal privilegiado, contudo o online tem crescido enquanto canal alternativo, mesmo entre as categorias mais tradicionais, como bebidas & alimentação (cresce de 3%, em 2014, para 12%, em 2015). O mesmo se verifica na Europa, com os consumidores a preferirem as lojas físicas para concretizarem as transações de compra, especialmente nas categorias de bebida & alimentação, moda, artigos para o lar, saúde & beleza, brinquedos e artigos desportivos.
Os centros comerciais são, de acordo com os portugueses, o local preferido para as compras de Natal, embora o retalho especializado continue a conquistar gradualmente terreno. Os hipermercados/supermercados mantêm um forte peso, em particular, nas categorias de alimentação & bebidas.
Na Europa as compras online têm aumentado consistentemente, ano após ano, com as transações online a pesarem já 37% dos gastos totais. O Reino Unido, Alemanha e Polónia são os campeões dos gastos online. Em Portugal, o peso do online nas compras de Natal é apenas 15%, “havendo portanto ainda um grande espaço de crescimento no e-commerce comparativamente com a média europeia”, sublinha Nuno Netto da Deloitte.
Fenómeno particularmente interessante é o dos mais de 10% dos europeus e portugueses que utilizam, em diversas categorias, a possibilidade de encomendar online na própria loja o que reforça a necessidade da adoção de verdadeiras estratégias omnicanal por parte dos retalhistas. O papel estratégico dos canais revela ser cada vez mais interdependente, com apenas 28% dos portugueses e 25% dos europeus a afirmarem que nunca utilizaram a loja como showroom para posteriormente concretizaram a compra no canal online. Ao invés, 30% dos inquiridos, em Portugal, e 24%, na Europa, afirmam que o fazem com frequência ou sempre.
Em Portugal, destaca-se a expetativa futura da utilização dos smartphones no processo de compra. Enquanto atualmente 35% dos portugueses afirma já ter utilizado um smartphone num processo de compra, ainda abaixo dos 41% da média da Europa, relativamente à intenção de utilização futura, 61% afirma que irá utilizar no futuro um smartphone no processo de compra, sendo o maior registo na Europa, muito acima da média europeia de 47%.
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