Windows 10 é o nome oficial do novo sistema operativo da Microsoft, originalmente com o nome de código Windows Threshold. Em San Francisco, na apresentação da nova plataforma, Terry Myerson, vice-presidente executivo do grupo de Sistemas Operativos do gigante norte-americano, explicava que o Windows 10 é um salto tão substancial face a anterior versão que decidiram saltar sobre a plataforma 9.

Mas afinal o que nos traz de novidade o Windows 10? Ainda não tivemos acesso ao novo sistema operativo mas, pelo que lemos na imprensa internacional e pelo que foi desvendado pela própria Microsoft, as empresas são o grande foco da plataforma que deverá estar disponível no mercado algures no outono do próximo ano.

O que se sabe é que a partir de hoje, 1 de outubro, está disponível a versão “Technical Preview” para PC. Através do Windows Insider Program (WIP), os participantes receberão uma “pré-visualização técnica” do Windows 10 e uma sequência constante de atualizações ao longo do ciclo de desenvolvimento, para utilizarem e fazerem comentários.

“Este será o nosso sistema operativo mais abrangente e o melhor lançamento de sempre da Microsoft para os nossos clientes empresariais, e estamos ansiosos por trabalhar com a nossa comunidade alargada de Windows para dar vida ao Windows 10 nos próximos meses”, disse Terry Myerson no comunicado que a Microsoft Portugal distribuiu aos jornalistas.

Basicamente, o Windows 10 apela a dois conceitos: familiaridade e coerência entre dispositivos. A empresa avança que a nova plataforma adapta-se a qualquer dispositivo utilizado pelos clientes, seja a Xbox aos PC, passando pelos telefones, tablets e até mesmo pequenos gadgets. Aliás, nesse documento, a Microsoft diz que “o Windows 10 funciona na maior gama de dispositivos de sempre, desde a Internet of Things a centros de dados empresariais em todo o mundo”.

A empresa norte-americana irá também disponibilizar uma plataforma de aplicações convergente para programadores em todos estes dispositivos, com uma loja de aplicações unificada. Os programadores poderão desenvolver uma aplicação uma vez e implementá-la em diferentes tipos de dispositivos, tornando a localização, a compra e a atualização mais fácil do que nunca para os clientes.

A questão é que a Microsoft passou boa parte destes dois últimos anos – o Windows 8 foi lançado em outubro de 2012 – a tentar “dar a volta” às críticas sobre o rumo que o sistema operativo que domina os PC tradicionais estava a levar. O Windows 8 introduziu na altura o design “Metro”, dando prioridade à valência “touch”, com “azulejos” ao vivo e removendo alguns elementos-chave do Windows 7, como o tão desejado botão “iniciar.” Estava assim interrompido o aspeto familiar que os utilizadores do Windows estavam habituados. Quase apetece dizer que o novo sistema operativo tenta de alguma forma responder precisamente às críticas daqueles que não se adaptaram à lógica de “dois interfaces”. Aliás, na versão 8.1, lançada o ano passado, o botão “iniciar” voltaria, novamente, a ganhar protagonismo.

Ou seja, basicamente o Windows 10 vai combinar elementos do Windows 8 e a familiaridade e funcionalidade do Windows 7, de resto o sistema operacional mais popular da Microsoft. De acordo com a Net Applications, em agosto o Windows 7 podia ser encontrado em 51 % dos PC, em comparação com pouco mais de 13% para as versões 8 e 8.1 combinadas.

Mas afinal a aposta no toque e no interface Metro do Windows 8 falhou? A Microsoft recusa esta ideia. Admite que não foi bem conseguida, mas garante que não vai abandonar a experiência “touch” do seu sistema operativo. “O foco no toque do Windows 8, o ecrã inicial grande, a noção de aplicações a rodarem em ‘full-screen’ tal como acontece nos tablets … era para promover a ideia que seria mais produtivo desta forma”, disse em San Francisco Joe Belfiore, vice-presidente corporativo de sistemas operativos e o rosto do projeto de design e desenvolvimento Windows e Windows Phone. “Mas não fomos bem-sucedidos. Com o Windows 10 acho que acertamos”.

Não houve confirmação oficial de que os atuais utilizadores do Windows 8 receberão o 10 de forma gratuita, uma informação divulgada por sites especializados nas últimas semanas.

Vamos agora ao que a Microsoft Portugal divulgou. Diz a empresa que o Windows 10 dispõe de praticamente tudo aquilo de que as empresas necessitam diretamente no núcleo do produto, incluindo segurança de nível empresarial e funcionalidades de proteção de identidade e de informações, de formas que podem reduzir a complexidade e proporcionar melhores experiências do que outras soluções. Um avanço significativo está patente no trabalho que desenvolvemos com as identidades dos utilizadores, e que melhoram a resistência a violações de segurança, ao roubo e ao phishing. “O Windows 10 ajudará também a melhorar a prevenção da perda de dados, utilizando contentores e separação de dados ao nível das aplicações e dos ficheiros, permitindo uma proteção que acompanha os dados, onde quer que estes se encontrem”, lê-se no documento.

A gestão e a implementação foram simplificadas para ajudar a reduzir os custos, incluindo atualizações locais do Windows 7 ou 8 que têm como objetivo tornar os cenários de limpeza e reinstalação obsoletos. “As empresas terão também agora a flexibilidade de escolher quando adotar as mais recentes inovações, bem como influenciar os melhoramentos contínuos com base nos seus comentários. Além disso, as organizações poderão personalizar uma loja específica para as suas necessidades e para o seu ambiente. A loja de aplicações permitirá o licenciamento de aplicações em volume, a distribuição flexível e a capacidade de as organizações recuperarem ou reutilizarem licenças quando necessário”.

Technical Preview: o que diz a Microsoft 

A Technical Preview do Windows 10 que mencionamos acima demonstra novos níveis de flexibilidade, navegação e familiaridade através da experiência Windows, tais como:

  • Menu Início expandido: O conhecido menu Início (Start) está de volta, proporcionando rápido acesso num só clique às funções e ficheiros mais utilizados, e inclui um novo espaço para personalizar com aplicações, programas, pessoas e Web sites favoritos.
  • Aplicações executadas numa janela: As aplicações da Loja Windows são agora abertas no mesmo formato que os programas de desktop. Podem ser redimensionadas e movidas, e dispõem de barras de título na parte superior que permitem maximizar, minimizar e fechar com um clique.
  • Melhoramentos à funcionalidade de encaixe: Trabalhar com várias aplicações em simultâneo é mais fácil e mais intuitivo com os melhoramentos à funcionalidade de encaixe. Pode ter até quatro aplicações encaixadas no mesmo ecrã com um novo esquema de quadrantes. O Windows irá também indicar outras aplicações e programas que estejam a ser executados e que podem ser encaixados e até mesmo apresentar sugestões sobre como preencher espaço disponível no ecrã com outras aplicações.
  • Novo botão Vista de Tarefas: O novo botão de Vista de Tarefas na barra de tarefas permite ver todas as aplicações e ficheiros abertos, possibilitando a rápida alternância e acesso com um só toque a quaisquer ambientes de trabalho criados.
  • Vários ambientes de trabalho: Em vez de ter várias aplicações e ficheiros sobrepostos num único ambiente de trabalho, é fácil criar e mudar entre ambientes de trabalho diferentes para diversas finalidades e projetos, quer seja para uso profissional, pessoal ou ambos.

A versão de “teste” pode ser descarregada em na página da Microsoft.

Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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