A autoridade responsável pelas comunicações no Reino Unido aprovou o desenvolvimento e a disponibilização de aplicações que recorram ao uso de White Spaces. Este tipo de frequências, que antes eram consideradas sem valor, vão poder ser aproveitadas. Depois de uma fase de testes de vários meses em que participaram empresas como a Microsoft, Google e BT, a Ofcom, entidade responsável pelas comunicações no Reino Unido, anunciou a aprovação da utilização de White Spaces para a criação de aplicações. Em 2013, aquando do início das experiências, Ed Richards, CEO da Ofcom, havia dito que esta iniciativa era “fundamental para o futuro e sucesso da economia digital do Reino Unido”. As primeiras aplicações deverão surgir no final deste ano, aproveitando, assim, as frequências que, até aqui, permaneciam sem uso. O intervalo entre os 470MHz e os 790MHz é o utilizado pela televisão digital terreste e nele existem várias frequências que acabavam por não ser ocupadas em determinadas regiões do Reino Unido. Essas frequências serão, agora, partilhadas entre as televisões e os dispositivos que disponham de internet sem fios. Os White Spaces surgem como uma forte alternativa a tecnologias sem fios já comuns como o Bluetooth ou o Wi-Fi, e apresentam maior alcance geográfico, tendo alguns dos testes sido realizados, inclusivamente, em barcos nas Ilhas Órcades. Estas baixas frequências conseguem atravessar paredes e percorrer longas distâncias, contribuindo para o alargamento da cobertura no país, uma questão muito importante no Reino Unido. Foram realizados testes também no Zoo de Londres, para que se pudesse perceber se este tipo de tecnologia seria útil na monitorização dos animais. Estes exemplos permitem identificar o género de setores que poderiam beneficiar das aplicações desenvolvidas para White Spaces. A Ofcom vê este momento como um avanço importante para o país, colocando-o na vanguarda da inovação tecnológica, uma vez que o Reino Unido é o único país europeu a estabelecer um espetro de frequências para White Spaces.