O desafio de Investir em VDI/App Delivery

Há muita informação disponível na imprensa, em vídeos, mostrando os benefícios de investir nas variadas tecnologias de VDI e Application Delivery. Mas poucos apresentam um estudo mais detalhado e atual (lembrando que o cenário de três anos atrás é bem diferente do que o atual).

Antes de mais nada, é preciso que você saiba claramente quais aplicações o seu ambiente suportará. Faça um levantamento de todas as aplicações e compare entre elas as suas principais características. Por exemplo: aplicações cujo tempo de resposta seja imediato, tolerância ao tempo de resposta e aplicações de vídeo ou de voz/telefonia. Verifique quais possuem, quem oferece mais recursos, entre outras observações.

Feita uma boa análise das características das suas aplicações, você precisa analisar qual será o meio de comunicação empregado para o VDI ou o Application Delivery: LAN, WAN ou Acesso Remoto? Claramente, comunicações na LAN e na WAN são muito mais simples de serem implementadas, especialmente se a sua WAN possuir links MPLS e IVPNs bem geridos. Ambos demandarão acertos específicos para VDI/App Delivery, mas são todos administrados e sob controlo da TI interna.

Mas se a comunicação passar por acesso remoto, ou seja, Internet, a TI interna não vai gerir e não terá controlo do lado do utilizador (podendo a última milha ser 3G, 4G, Cabo, Fibra Óptica, IVPN ou MPLS). Os desafios são bem maiores e a atenção para as aplicações que serão entregues, maior ainda, bem como a escolha da solução final.

Há dois anos, essa escolha era bem óbvia, mas com as evoluções das tecnologias dos principais fornecedores, a opção passa a depender de análise mais aprofundada. Portanto, trace um perfil de uso e responda, saiba qual a quantidade de utilizadores será atendida por cada uma das modalidades (VDI e Application Delivery). No levantamento de perfil, saiba como deverá ser a utilização da sua aplicação: uso horário comercial (das 8 às 17h), se terá utilizadores de outros fusos (quais fusos?), se eles podem entrar no sistema aleatoriamente (a qualquer dia e horário) e qual o nível de simultaneidade das conexões. Com base nessas respostas, as áreas de infraestrutura e comunicações poderão calcular a quantidade de memória, discos, redundância e load balancing e comprar e/ou contratar os recursos necessários.

Agora que já temos as características das aplicações, e das comunicações e o perfil de uso, que são pré-requisitos para o projeto, passamos para as análises e decisões técnicas do ambiente a ser projetado.  As primeiras deverão ser as análises de Capacity Planning dos servidores físicos, capacity planning da comunicação, do Hipervisor nível 1 e da Storage.

Os servidores hosts ou físicos, devem ser planeados para terem redundância, balanceamento de carga, para atenderem às necessidades de memória RAM e de vídeo, e processamento das máquinas virtuais e das aplicações, e, por fim, se vai possuir ou não discos para a montagem do ambiente (dependendo do tamanho do seu ambiente VDI/App Delivery, poderá precisar de uma Storage). Isso vai depender também de qual tipo de Hipervisor nível 1 usará para gerir os recursos dos servidores hosts.

O Hipervisor nível 1 fará a gestão dos recursos dos servidores físicos. Neste ponto, você pode encontrar alguns fabricantes no mercado, mas um certamente se destaca sendo o líder e o que possui maior número de aplicativos para gestão e aproveitamento dos recursos físicos dos servidores hosts. Obviamente, você pode optar pelas outras soluções, mas nesse momento a melhor escolha para o Hipervisor nível 1 é o líder de mercado.

No Hipervisor nível 1, você fará a instalação do Hipervisor nível 2, ou seja, da sua solução de VDI ou AppDelivery, seja ela qual for. Fazendo uma analogia aos Whiskies, nesse momento você deverá decidir se terá um ambiente “Single Malt” com um único fabricante, ou se terá um ambiente “Blended” com a escolha do Hipervisor nível 2 diferente do fabricante do Hipervisor nível 1.  Faço essa distinção entre hipervisores nível 1 e nível 2 de forma bem clara, mas dependendo dos fabricantes, essa distinção não é tão óbvia.

Os Hipervisores nível 2, que são onde o sistema do VDI/App Delivery será instalado e gerido, possuem muitas semelhanças e algumas diferenças que podem orientar o seu processo de decisão.

– Se você montará um ambiente que vai funcionar predominantemente na sua WAN/LAN, qualquer hipervisor atenderá bem, sem grandes surpresas.

– Se você montará um ambiente híbrido com o uso similar entre LAN/WAN e Acesso Remoto as duas marcas líderes se destacam das demais.

– Se você montará um ambiente voltado ao Acesso Remoto, deverá decidir por um fabricante que tenha na tecnologia mais vantagens para esse tipo de acesso.

Uma vez que os Protocolos HDX, PCoIP e RemoteFX fazem excelente controlo dos pacotes, priorizando e criptografando os pacotes com eficiência, não é nesse quesito que você terá problemas. O HDX é ligeiramente superior aos demais, sendo mais otimizado e com uso há muitos anos.

A renderização de vídeo é também um dos fatores para se levar em consideração na escolha da solução. Novamente, as suas aplicações e o tipo de ambiente que você está planeando são importantes para a melhor decisão. Também nessa tecnologia as fabricantes equipararam as tecnologias e já não existem grandes diferenças de qualidade, congelamento de imagem de vídeo e execução mais contínua. A renderização do vídeo no hipervisor nível 2 (sendo feita no HOST) pode ter algumas vantagens caso você não tenha nas pontas PCs ou laptops ou thinclients com placas de vídeo que podem renderizar localmente – nesse caso deverá usar PCoIP ou RemoteFX. Caso já possua esses equipamentos, melhor decidir pela renderização local no client, que é ligeiramente mais eficiente. Nesse caso, deverá usar o HDX.

Por fim, a escolha do hipervisor para o ambiente de Acesso Remoto deve levar em consideração os aspectos de telecom já citados anteriormente. E nesse quesito, o protocolo mais adequado é o HDX, que possui tecnologia que suporta links com alta latência e perda de pacotes sem que os utilizadores tenham muita percepção. Como a sua TI não controla o tipo de acesso dos utilizadores (3G, 4G, Fibra, cabo etc), esse pode ser um grande diferencial no processo de escolha.

O licenciamento é também parte importante e dependerá dos seus contratos com a Microsoft, Oracle, SAP, etc. Estude com os fabricantes e verifique os seus contratos de licenciamento das aplicações antes de decidir.

Como puderam ver, o processo decisório ao utilizar uma solução de VDI e App Delivery passa por muitos fatores e necessita de uma análise completa de suas aplicações e das características de uso da solução. Só elenquei os pontos mais importantes, mas como cada empresa tem as suas particularidades, pode ser que existam mais alguns pontos a serem considerados.

Espero ter ajudado no processo decisório para uso de VDI/App Delivery e a implementação seja um sucesso.

*adaptado do português do Brasil

Leia também : Os novos trunfos da IA
Filipe Pimentel

Formado em Ciências da Comunicação, tem especial interesse pelas áreas das Letras, do Cinema, das Relações Internacionais e da Cibersegurança. É incondicionalmente apaixonado por Fantasia e Ficção Científica e adora perder-se em mistérios policiais.

Recent Posts

Ifthenpay e EBANX alavancam pagamentos instantâneos

Método de pagamento instantâneo promete aumentar vendas e número de clientes do comércio online português.

17 horas ago

Colt e Ciena aceleram velocidade transmissão em conectividade transatlântica

As duas empresas alcançaram um novo patamar ao ultrapassarem os limites de velocidade e de…

1 dia ago

Fundo Europeu de Investimento garante 5 milhões de euros à Code for All__

A garantia faz parte de uma iniciativa que visa facilitar o acesso ao financiamento a…

4 dias ago

Ericsson Imagine Live em Portugal destaca papel do 5G

O evento pretendeu dar a conhecer insights de especialistas, explorar demonstrações de vanguarda e discutir…

5 dias ago

Carris Metropolitana tem novo website mobile-first

Depois do lançamento da app, o site surge agora com novas funcionalidades e mais transparência…

7 dias ago

Bit2Me STX inicia testes Sandbox para bolsa de valores blockchain

O Bit2Me STX é uma das primeiras infraestruturas do mercado financeiro blockchain destinada a operar…

1 semana ago