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Nutanix | Inovação, design e disrupção

* em Viena

A Nutanix convidou três personalidades que vieram dar, para cada uma das palavras – Inovação, design e disrupção -, uma distinta abordagem.

Para a inovação, convidaram Luca Cordero di Montezemolo, o carismático presidente da Alitalia e o homem que durante 24 anos presidiu a Ferrari. E foi nesta condição, de alto conhecedor da prestigiada marca italiana, que falou à plateia sobre a importância da inovação na indústria.

O presidente falou sobre o seu percurso na “casa” italiana e da necessidade dos negócios, sendo locais, terem um olhar global. “Tal como a Nutanix. Que é uma empresa com forte implantação em determinada geografia, mas que não deixa de estar aberta globalmente. E sobretudo de colher experiência e ensinamento de todos os lados”.

E ao terminar a sua intervenção, acabou por divulgar que é Itália a acolher o próximo evento da Nutanix, mais precisamente Roma.

E se, antes, o design estava apenas dedicado a algumas áreas, hoje já não se pode, de todo, dizer isso. O design está em todo o lado. Em tudo, diz Andy Budd, UX designer e CEO da Clearleft.

Este executivo salientou aquela sempre importante questão dos clientes internos das empresas. Ou seja, os colaboradores, cujas necessidades, em termos de design e usabilidade, são muitas vezes negligenciadas.

Se falarmos em termos de ferramentas de software, os clientes internos, os colaboradores, não têm qualquer hipótese de escolha. Têm de usar o que a empresa lhes disponibiliza. “E sendo uma ferramenta interna, não há qualquer pressão externa para mudar. Para melhorar. Até porque o cliente não vai propriamente passar para a concorrência”.

Andy Budd defende de forma veemente que a necessidade de design está inclusivamente dentro das empresas, com a necessidade de tornar simples e dotar os produtos de usabilidade.

Andy Budd diz que há quatro “ordens” de design, sendo que a primeira, baseada apenas no design, pode ser esteticamente agradável, mas se o produto não funcionar… não interessa. “O design, por si só, não chega”, comentou.

A segunda ordem é já um design que “nos faz sentir bem”. E deu o exemplo da BMW que tem dezenas de especialistas em som para estudarem o ruído do bater da porta dos automóveis da marca alemã. “Porque isso influência a nossa perceção do produto”.

E é aqui, a esta segunda ordem, que Andy Budd diz que a maioria do design industrial consegue atualmente atingir.

A terceira ordem foca-se na interação, onde os produtos não deixam de ser simples e elegantes, mas já comunicam com os utilizadores, tem um ecossistema, uma aplicação e são fáceis de gerir. “E, sobretudo, entendem o comportamento humano”.

A quarta plataforma é o denominado “Design Thinking”. Uma nova tendência de negócio que faz com que os CEO tenham de “voltar à escola” para aprender design, tal a sua importância no negócio. Andy Budd diz que, hoje, já é uma realidade. “Airbnb e as TED Talks inserem-se neste conceito. Convém não esquecer que TED deriva de Technology, Entertainment e Design. Tem a ver com sentimentos, com desejo”.

Ao terminar, deixou um apontamento: em cada dólar investido em design há um retorno de 100 dólares. “É altura de investir em design de software”, vaticinou.

A fechar, Arthur M. Langer, diretor do Center for Technology Management da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, deu aos presentes uma valiosa lição sobre a disrupção digital neste século XXI. E como a encarar.

A grande questão, no atual momento, diz o professor, é como podemos antecipar as ameaças potenciadas pelos avanços tecnológicos que podem aniquilar os nossos negócios?

Basicamente, lidando com os típicos fatores disruptivos. E criar uma nova abordagem e encetar uma estratégia que antes não era fazível.

“Antes, um aluno que quisesse falar comigo teria de ligar para a Universidade, para a Columbia, nos Estados Unidos. E ninguém ia atender. E ninguém esperava que atendessem!  Mas agora, cinco minutos antes dos exames estou a receber SMS dos meus alunos que exigem – não pedem, exigem – que eu lhes responda”.

Tudo é muito mais rápido. E o tempo, o “timing”, é tudo. A disrupção, diz Arthur Langer, ocorre quando uma nova abordagem encontra as perfeitas condições. Mas as condições estão permanentemente a mudar porque a tecnologia, o que faz, é acelerar a mudança.

“Até podemos ter a solução correta, mas se existirem no mercado as condições erradas a disrupção não vai funcionar”.

Com o mundo a mudar a um ritmo impressionante, como é que novas ondas disruptivas vão afetar as organizações? Claramente tem de haver uma mudança na forma como o serviço é entregue, gerido e medido.

Vejamos um exemplo deste acelerado mundo. Levou 38 anos para que a rádio alcançasse a fasquia dos 50 milhões de utilizadores. Mas para a televisão, por exemplo, foram apenas necessários 13 anos. Em quatro anos, a Internet tinha já os tais 50 milhões de utilizadores. O Facebook? Demorou 3,5 anos. Bastante mais do que o Twitter, que em 9 meses tinha já essa fasquia alcançado. “Falta um”, dizia na conferência Arthur Langer. O Pokemon GoEm 19 dias já eram 50 milhões os downloads.

O professor diz vivermos uma revolução do consumidor, que quer variedade, escolha. “Quer tudo e o mercado tem de entregar. Todas as estradas vão dar ao consumidor. O B [Business] tem de encontrar o C [Consumer]”.

Para isso, aconselhou os presentes a tornarem as suas organizações em VUCA. O “V” é de volátil, que tem de se tornar em visão para as empresas. O “U” de incerteza (do inglês uncertain), mas que tem de ser compreendida pelas companhias. O “C” de complexidade, que tem de ser clarificada e o “A” de ambíguo, que tem de se tornar em agilidade.

“É tudo muito bonito, ouviram coisas muito importantes. Mas agora há que as fazer.”

Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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