Nova York e São Francisco põem Airbnb na ordem
Depois da polémica gerada pelo incentivo aos prioritários dado pela startup americana Airbnb, que levou as autoridades de Nova York e São Francisco a acusarem a empresa de aluguer de imóveis particulares de ser responsável pela crise de casas para alugar de baixo custo, a Airbnb apresentou um conjunto de propostas com a intenção de amenizar o problema.
Este é um problema que se tem levantado em várias cidades europeias. E Lisboa e Porto não ficam de fora deste fenómeno, bem pelo contrário, já que começa a ser um exercício penoso encontrar casa com um preço acessível para arrendar no centro das duas maiores cidades portuguesas.
O crescimento do turismo e a falta de camas low cost levam ao aumento da procura de alugueres privados. A plataforma Airbnb veio facilitar este processo e hoje, para muitos proprietários, tornou-se bem mais vantajoso alugar as suas casas, ou os quartos vagos em regime temporário, do que em regime de longa duração.
Na baixa de Lisboa e do Porto, o barulho das rodas das malas que habitualmente se ouvia ao domingo à noite com o movimento de estudantes, e trabalhadores a chegar e a partir, passou a ser diário e constante. Não há canto nenhum onde não exista uma casa Airbnb.
As autoridades americanas não perderam tempo e, de imediato, iniciaram um conjunto de importantes diligências para travar o que foi considerado um abuso por parte do Airbnb, em permitir que os proprietários infrinjam as regras estipuladas de limite de registo de apartamentos, por “host”.
O governador de Nova York, Andrew Cuomo, está a considerar aplicar uma multa que punirá os anfitriões que colocarem casas no site que entrem em conflito com os limites impostos no regime de aluguer local de Nova York em 7.500 dólares.
Já São Francisco, aprovou uma portaria que pretende multar serviços de aluguer local online por cada vez que processarem uma reserva de um anfitrião não registado. Relativamente a esta lei, o Aribnb entrou com um pedido de anulação que está a ser analisado por um juiz federal.
Tendo em conta esta movimentações dos governos de Nova York e São Francisco, o Airbnb, divulgou em comunicado uma proposta que permite que os seus anfitriões registem somente uma casa na plataforma. A plataforma impedirá automaticamente que os proprietários em Nova York e São Francisco coloquem múltiplas unidades para alugar a partir de 1 de novembro.
Era importante que os municípios portugueses de Lisboa e Porto tivessem de imediato uma acção reativa, exigindo que esta medida tomada pelo Airbnb no pais de origem fosse transportada para a operação em Portugal.