A Zon estava a perder mercado. A Optimus já não tinha por onde crescer na rede móvel. Já a NOS, que resulta da fusão destas duas empresas, quer pegar nestes dois “problemas” e transformar em oportunidade. Sobretudo através da convergência. E uma vez que o mercado das “telco” não deverá crescer nos próximos tempos, a quatro anos a empresa liderada por Miguel Almeida quer ganhar entre quatro e cinco pontos percentuais de quota de mercado.
O que está a acontecer no mercado das comunicações em Portugal é, provavelmente, um barómetro do que irá acontecer em outros vários países. Miguel Almeida, CEO da NOS, num evento realizado no Porto pela WeDo Technologies e perante uma plateia deveras internacional, garante que o mercado português, em muitos aspetos, “está na linha da frente do que vai ser este mercado em termos mundiais.”
As receitas do mercado português de telco têm vindo claramente a descer, quase 6% ao ano, sobretudo, pelo menos no entender de Miguel Almeida, por três principais razões: o PIB nacional e o consumo privado têm vindo a diminuir, as decisões regulamentares também têm impactado as receitas dos interoperadores e, por último, a desacerbada concorrência pelos preços tem atingido obviamente todos os segmentos. A ironia de tudo isto é que a receita desce mas a penetração dos serviços tem vindo a aumentar significativamente, quer em termos de pay TV, rede fixa, 3P e 4P e mesmo em termos da já madura rede móvel: “As pessoas continuam a subscrever cada vez mais serviços e o mercado continua a descer, é esta a realidade nacional”, explica Miguel Almeida.
Mercado muito “espartilhado”
E expeto a PT, a verdade é que as quotas de mercado nos restantes operadores estavam, em 2012, muito desequilibradas em todos os segmentos. Reportando a valores desse ano, a Zon tinha uma presença forte na TV por assinatura, na internet e na voz fixa mas praticamente não tinha qualquer presença na área móvel, um mercado liderado pela PT (42,6%), seguido pela Vodafone (36,1%) e Optimus (21,8%). Já na internet, a PT voltava a liderar com 51,3% do mercado nacional, a Zon com 33% e a Vodafone, relembro que em 2012, com 3,9%. Ou seja, basicamente a PT mantinha uma forte e sólida presença em todos os segmentos (na voz fixa 50,9% e na TV por assinatura 39,2%) enquanto os restantes operadores iam deambulando pelos vários setores. Um cenário que entretanto mudou bastante. Aliás, Miguel Almeida assume que o mercado da Zon e da Optimus estava a deteriorar-se, nomeadamente o da TV por assinatura e o móvel onde tinham uma presença bastante simpática.
A realidade é que nos últimos sete meses o panorama deste mercado em Portugal mudou substancialmente com a fusão da Zon e da Optimus – que recentemente deu origem à marca NOS, que se apresenta agora uma imagem transversal a toda a oferta da empresa, nomeadamente televisão, móvel, internet, telefone, cinema e convergente – e com o investimento da Vodafone em fibra ótica (FTTH).
O que resulta da fusão?
“Mas o que fazer com esta fusão?”, questionava-se Miguel Almeida. Por um lado, havia a ZON, uma empresa que estava a perder quota de mercado e, por outro, a Optimus, que não tinha muito mais espaço para crescer enquanto operador móvel. O que fazer, então? A chave está, segundo Miguel Almeida, na convergência. “Acreditamos que convergência não só é uma tendência que vai ser transversal a todos os mercados mundiais, muito especificamente na Europa, como acreditamos que os ativos de rede que as duas empresas têm quando conjugadas são excelentes para olhar com otimismo para o futuro”. Ou seja, basicamente Miguel Almeida acredita que a convergência vai ser o motor da dinâmica do mercado nos próximos anos. Isto para além de que, ao ritmo em vigor, a convergência pode ainda ter uma parte importante no mercado B2C. Assim, e segundo dados fornecidos pelo CEO, a NOS tem “a base de clientes ideal para aproveitar esta tal tendência de convergência. Porque tem 1,5 milhões de subscritores na TV paga (48% share), 800 mil em triple play (68% share) e 2,6 milhões em rede móvel (16% share).
De resto, os objetivos da NOS são ambiciosos q.b. Até 2018 ou seja, a quatro anos, quer conquistar entre três a cinco pontos percentuais de quota de mercado no consumo, em 2012 centrado nos 33%, e entre cinco e seis pontos percentuais na área de “business”. Ou seja, no total, a empresa pretende ganhar em quota de mercado, até 2018, mais quatro ou cinco pontos percentuais. “Não acreditamos que o mercado nos próximos anos vá crescer, mas acreditamos que podemos ganhar quota no mercado já existente e reforçar a nossa posição junto dos nossos concorrentes”.
A NOS é a base de um grupo de marcas que passa a ter as seguintes novas denominações: NOS Comunicações para os negócios Pay TV (residencial e empresarial) e mobile; NOS Cinema para a exibição de cinema; e NOS Audiovisuais para o negócio de distribuição de conteúdos. As participadas da Madeira e Açores também vão passar a designar-se, em breve, NOS Madeira e NOS Açores, assim como a holding que assumirá a denominação NOS, SGPS, S.A.
“A nova marca é um passo muito importante na afirmação da nossa estratégia. A NOS é uma nova empresa de telecomunicações e multimédia, que surgindo da junção da Zon e da Optimus, será mais do que a soma destas duas grandes empresas. É uma empresa portuguesa que nasce para fazer a diferença no nosso mercado e que queremos que seja a primeira escolha dos portugueses”, afirmou na altura do lançamento Miguel Almeida, CEO da NOS.
“Vamos entregar a melhor proposta de valor aos nossos atuais e futuros clientes. É um compromisso que assumimos assente num ambicioso plano de investimento, de mais de mil milhões de euros ao longo dos próximos 5 anos; no desenvolvimento das nossas redes de Fibra e 4G, no desenvolvimento de novos serviços e no enriquecimento da experiência dos nossos clientes, reforçando aquela que é, já hoje, a melhor experiência de Televisão e Mobilidade em Portugal”, acrescenta o executivo.
E, provavelmente sem saber, o anfitrião Tony Poulos, um conhecido market strategist, acabou por tocar num ponto bastante sensível da recente campanha da NOS. Em forma de piada, dizia o norte-americano que este é um nome que apenas os portugueses conseguem pronunciar, porque “não soa como se soletra! Tive lições toda a manhã para conseguir pronunciar”, brincou o anfitrião. Miguel Almeida responde. “Mas apesar do nome não ser fácil de pronunciar lá fora, isso não quer dizer que o objetivo não seja a internacionalização. Acreditamos que isso vá acontecer um dia”.
A garantia faz parte de uma iniciativa que visa facilitar o acesso ao financiamento a…
O evento pretendeu dar a conhecer insights de especialistas, explorar demonstrações de vanguarda e discutir…
Depois do lançamento da app, o site surge agora com novas funcionalidades e mais transparência…
O Bit2Me STX é uma das primeiras infraestruturas do mercado financeiro blockchain destinada a operar…
Bolsa Jorge de Mello é dirigida a investigadores em Portugal e visa impulsionar a investigação…
O ranking reconhece e destaca o papel crescente das universidades na promoção do empreendedorismo em…