“Olhado por todos, querido por muitos”, poderia ser a expressão utilizada para descrever a unidade Here da Nokia, numa altura em que cada vez são as empresas, do mundo tecnológico e não só, que desembolsam quantias chorudas para investir em tecnologias de conectividade.
O trio de automobilísticas alemãs, de acordo com fontes a que o Wall Street Journal teve acesso, tenciona integrar outras empresas no grupo, como a Fiat Chrysler, a Renault, a Peugeot Citröen, a Ford, a Toyota e a General Motors. Desta forma, o investimento sobre o Here será bastante maior e bastante mais apetecível, podendo, até, derrubar a propostas colocadas em cima da mesa por concorrentes norte-americanas, como a Uber, que em maio disse que estaria disposta a pagar três mil milhões de dólares pelo serviço de mapeamento digital da Nokia. O valor agora comunicado fica aquém dos três ou quatro mil milhões de dólares que foram discutidos em conversações anteriores.
A fonte do WSJ disse que um acordo pode ser assinado entre o conglomerado e a marca finlandesa ao longo dos próximos dias. No entanto, este negócio não foi confirmado pelas partes envolvidas e pode, com igual facilidade, cair por terra.
Em 2014, mais de metade das receitas da unidade Here foram geradas na indústria automóvel, sendo que a porção restante foi conseguida graças a serviços que se apoiam em funcionalidades de localização.
Desde que a Nokia anunciou os seus planos para abrir mão desta unidade de negócio em abril, altura em que comunicou a compra da Alcatel-Lucent, que as três fabricantes têm corrido atrás dela, o que mostra que estão cientes da importância da tecnologia de navegação na evolução do mercado.
Para além da Uber, as automobilísticas alemãs competiram com o Baidu, conhecido também como o “Google chinês”, e com um grupo de empresas liderado pela Tencent. No entanto, estes dois licitadores desistiram da corrida.
Mas estes veículos têm ainda muito que percorrer até se tornarem realidade, e, até lá, muitos investimentos têm que ser feitos. Dirk Hoheisel, da fabricante de componentes eletrónicos alemã Bosch, disse ao WSJ que só em 2020 será possível ter carros autónomos com sistemas de navegação altamente precisos.
A indústria automóvel tem, nos últimos tempos, sido alvo de alterações profundas motivadas pelo desenvolvimento tecnológico. Hoje em dia, são comuns os carros que dispõem de sistemas de navegação ou de infotainment (sistemas que aliam serviços de informação a funcionalidades de entretenimento). Mas os carros conectados podem ser vistos como o início do futuro do setor, abrindo as portas para os self-driving cars, ou carros de condução autónoma, que dispensam um condutor atrás do volante.
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