MWC | Mark Zuckerberg não desiste de internet para todos

Um dos temas discutidos durante a sessão desta segunda-feira foi a interdição do Free Basics na Índia, tendo Mark Zuckerberg indicado que o que aprendeu com esta experiência é que cada país é diferente e reafirmado que o facto de ter encontrado um bloqueio não significará a desistência do projeto. Na Índia, o Facebook irá apostar mais nas parcerias com prestadores de serviços e operadores, de forma a melhorar as redes e a diminuir o preço dos equipamentos, permitindo que mais pessoas possam ter acesso à internet.

O CEO da rede social mais usada em todo o mundo, falou daquela que considera ser a missão mais importante da sua empresa: ajudar as pessoas a conectarem-se, a terem acesso à internet. Referiu  como o projecto internet.org ajudou já 90 milhões de pessoas de 38 países a terem acesso à internet e do Solar Powered Plane, o avião com painéis solares que está agora em fase de testes e que vai levar internet a locais em que não é possível construir infraestruturas de rede terrestres ou é demasiado caro. Mencionou ainda o satélite que será lançado em parceria com a Eutelsat que permitirá acesso à internet em partes remotas do continente africano.

O tema do 5G foi também abordado mas Zuckerberg voltou a reforçar que, apesar de ser uma mais-valia ter uma rede melhor, com menos latência e mais rápida, “conseguir que toda a população do mundo tenha acesso à internet é mais importante do que melhorar a experiência daqueles que já possuem acesso a esse serviço”.

Um dos temas fortes da Keynote foi o vídeo tendo sido considerado pelo orador que esta será a forma de partilha mais crescerá em 2016 e será, sem dúvida, o futuro. O facto da internet estar cada vez mais rápida permite o upload e download de vídeos de forma cada vez mais fácil e isso está a conduzir a uma crescente partilha deste formato. O Facebook está a apostar nesta área, otimizando a sua plataforma e espera conseguir acompanhar a evolução do mercado.

Ao ser questionado sobre a regulação e a difícil relação com os operadores, Mark Zuckerberg disse que vê esta ligação como uma oportunidade de conjugar esforços e que acha que a legislação para desenvolvedores de software não pode ser a mesma que para empresas que constroem e mantêm infraestruturas. Referiu, ainda, que os operadores devem rever o seu modelo de negócio e darem foco à utilização de dados, porque apps como o Whatsapp aumentam significativamente a utilização da internet móvel.

Por último, foi abordada a questão da Apple e do combate ao terrorismo em que o CEO do Facebook demonstrou estar solidário com a decisão da empresa de Tim Cook mas reforçou que, ao gerir uma comunidade de grande dimensão, tem a responsabilidade de ajudar na prevenção de ataques terroristas.

 

 

Mafalda Freire

Colaboradora da B!T, escreve sobre TI e faz ensaios. Esteve ligada à área de e-commerce durante vários anos e é fã de tecnologia, do Star Wars e de automóveis.

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