Para que a Europa possa ser uma das potências líderes no desenvolvimento e implementação da tecnologia 5G, o Comissário Europeu, Guenther Oettinger, garante que a estratégia passa pela criação de parcerias com outros países. China, Japão e Estados Unidos estão na lista.
Guenther Oettinger foi a Barcelona para apresentar os próximos passos da Europa relativamente à quinta geração de internet móvel e discutir a necessidade de elaborar parcerias para que alguns erros não se repitam. A visão de Oettinger é, nas suas palavras, de que “a economia digital está simplesmente a transformar-se na economia” e que “o 5G será o futuro das infraestruturas de rede”.
Se o 5G é o futuro, então, a Europa tem de estar preparada para abraçar a inovação e dotar todos os principais equipamentos de setores fundamentais, como a saúde ou educação, com esta tecnologia. No entanto, uma nuvem paira sobre este desejo do Comissário Europeu, já que aquando da implementação da geração anterior, o 4G, a Europa não foi tão bem-sucedida como esperado e, até hoje, existem países que não estão totalmente habilitados para usufruir do 4G.
Talvez seja por isso mesmo que Oettinger apela para uma parceria com outros países, incluindo a China, Japão e EUA, à imagem de um acordo já firmado com a Coreia do Sul, no último ano, e que garante a colaboração de ambas as partes no desenvolvimento conjunto de estruturas padronizadas e na disponibilização das frequências de rádio necessárias.
Na discussão, no Mobile World Congress, estiveram presentes também os representantes de nove tecnológicas, incluindo Alcatel-Lucent, Samsung, DoCoMo, Huawei e Nokia, todas elas participantes da iniciativa 5G Public Private Partnership, uma parceria entre entidades públicas e privadas. A propósito desta parceria, Oettinger afirmou que sem a mesma, “sem a Comissão Europeia a moderar o processo e sem o financiamento do Horizon 2020, a Europa não teria nenhuma hipótese de sequer fazer parte do jogo”.
A par das entidades governamentais, também as empresas não estão a medir esforços para terem preparadas as melhores soluções para suportar a nova geração, tendo, por exemplo, a DoCoMo e a Nokia anunciado a elaboração conjunta de testes de velocidade.
Entretanto, no que diz respeito a uma parceria com a China, a Europa já avançou o processo através da ChinaEU, uma associação a pensar na partilha de informações e tecnologia entre a União Europeia e o país asiático. Em junho deste ano, deverá acontecer uma cimeira com os dois lados presentes para que possa ser firmado um acordo oficial relativamente ao desenvolvimento do 5G.
Em teoria, o 5G não só traz consigo mais velocidade e maior cobertura como também a possibilidade de total integração da já conhecida Internet da Coisas. De acordo com Guenther Oettinger, a tendência mundial passará pela crescente conectividade de milhões de objectos considerados comuns e de uso no quotidiano, e a Europa não pode ficar para trás nesta evolução.
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