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MWC 2015: Carros autónomos só daqui a pelo menos dez anos, diz Ghosn

Os carros totalmente autónomos não chegarão ao mercado pelo menos durante mais dez anos. O CEO da Renault, Carlos Ghosn, em entrevista à Bloomberg, no Mobile World Congress, disse que a tecnologia de que hoje dispomos, embora evolua continuamente, não permite ainda a criação de carros que dispensem completamente a presença de um condutor.

O diretor executivo da fabricante de automóveis francesa Renault, Carlos Ghosn, falou à Bloomberg do progresso do setor automóvel, afirmando que apesar de o mercado dos carros elétricos estar a crescer, são ainda significativos os obstáculos que o impedem de chegar a níveis de desenvolvimento mais avançados.

O CEO apontou que o consumidor não está ainda disposto a investir neste mercado, pois quer carros mais baratos, com maior autonomia e infraestruturas que lhe permitam carregar o automóvel em qualquer lado. Estas são arestas que a indústria terá de limar para que o mercado dos carros elétricos, efetivamente, cresça.

No entanto, países como o Japão, os Estados Unidos, a França e a China têm feito consideráveis investimentos para aumentar os postos de carregamento dos automóveis elétricos.

Mas o mercado está a evoluir, passo a passo. Com o crescimento do leque de ofertas, os preços estão a descer e a eficiência a aumentar. Este mercado está a receber generosos investimentos, não só das fabricantes automobilísticas, mas também de empresas enraizadas em esferas como, por exemplo, a tecnológica. Neste sentido, falamos da Apple e do seu misterioso e controverso carro elétrico, que deixou muitos de cenho franzido, como o ex-CEO da General Motors, Dan Akerson, que acusou a criadora do iPhone de estar a tentar dar um passo maior do que a perna.

Falando da Renault, em particular, Ghosn disse à Bloomberg que espera que dentro de alguns anos o mercado dos carros tecnologicamente vanguardistas seja mais competitivo, com preços que, aos olhos do consumidor, sejam mais aceitáveis.

Por contraposição, os carros totalmente autónomos, segundo o CEO, não serão uma realidade dos tempos vindouros, e deverão levar mais de uma década até serem comercializados em massa.

“Não se trata de substituir o condutor, mas sim de dar-lhe um maior poder, uma maior autonomia, um maior controlo sobre o carro”, sentenciou Ghosn, referindo-se às potencialidades dos chamados driverless cars.

Impedimentos colocados pelas autoridades reguladoras e preocupações com a segurança cibernética dos veículos são alguns dos elementos que poderão atrasar o progresso dos automóveis totalmente autonómos.

Quando interpelado acerca da emergência de paradigmas como o car sharing, Ghosn revelou à Bloomberg que, apesar de estarem a ganhar cada vez mais seguidores, estas práticas são ainda residuais e que o que impera é, pelo menos por agora, o tradicional modelo de utilização do automóvel.

Filipe Pimentel

Formado em Ciências da Comunicação, tem especial interesse pelas áreas das Letras, do Cinema, das Relações Internacionais e da Cibersegurança. É incondicionalmente apaixonado por Fantasia e Ficção Científica e adora perder-se em mistérios policiais.

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