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Mudar de localização? Quase todos os profissionais de TI dizem que sim

A remar contra a maré, a área das Tecnologias da Informação e Comunicação parece ser das poucas no mercado nacional em que a procura de profissionais é inferior à oferta. Ora vejamos, este ano devem ficar por preencher cerca de 8100 vagas. Em 2020, serão cerca de 15 mil, de acordo com um estudo da Comissão Europeia de 2014.

A Michael Page foi procurar saber mais sobre esta área tão particular, com o Barómetro TI, que analisou as principais tendências do mercado das TI em Portugal. O estudo envolveu 275 profissionais, 90 por cento do sexo masculino e 10 por cento do sexo feminino.

A investigação revelou que 90,5 por cento dos inquiridos estaria disposto a mudar de localização por força de um novo projeto profissional. Quando se fala em emigrar, são os menos os profissionais predispostos à mudança, com apenas 52,4 por cento a querer aceitar esse desafio.

Em muitas empresas, a disponibilidade para mobilidade internacional é mesmo um pré-requisito de entrada. Por exemplo, Nuno Silva, gestor de recursos humanos da myPartner, explica em comunicado que, pelo facto de a empresa concorrer no mercado internacional, “uma das premissas necessárias para os nossos colaboradores, independentemente da função que venham a desempenhar, é que tenham disponibilidade para viajar e fixar residência durante curtos períodos de tempo no estrangeiro”.

O desejo de evolução na carreira e a procura por novas experiências são os aspetos que mais dão vontade aos inquiridos de vir a aceitar uma mudança futura, revela ainda o Barómetro TI da Michael Page. São as áreas de consultoria (46,5 por cento), Internet/digital (34,9 por cento) e indústria (34,5 por cento) que mais motivam os profissionais para mudarem de rumo.

O que mais valorizam os técnicos de TI?

Mas, ainda antes de aceitarem uma proposta de trabalho, há várias variáveis que assaltam a mente dos profissionais de TI. As que assumem maior peso no momento de decisão são o valor salarial, referido por 69,8 por cento dos inquiridos, o nível de responsabilidade das funções (59,3 por cento) e as perspetivas de evolução na carreira (58,2 por cento).

Ao ingressarem na área, o retorno parece ser bastante positivo, com 61,7 por cento dos inquiridos a dizerem-se profissionalmente motivados. E são mais ainda os que estão confiantes na evolução positiva do mercado de trabalho no setor das TI (87,3 por cento).

Do total de inquiridos, 44,7 por cento aufere entre 35 mil e 55 mil euros brutos por anos e mais de um quarto (25,8 por cento) recebe mais de 55 mil euros.

São salários bem acima da média nacional, que se ficava pelos 984 euros líquidos em 2013, segundo um estudo divulgado em maio do ano passado. Mas não são suficientes para garantir uma satisfação total. Dos profissionais que trabalham na empresa atual há três ou menos anos, 60,7 por cento está satisfeito com o ordenado que recebe. Quando falamos de profissionais que se encontram na mesma organização há mais de quatro anos, este valor desce para menos de metade, sendo que apenas 47,2 por centos dos inquiridos se mostrou agradado com o salário auferido.

Esta investigação levada a cabo pela Michael Page tem como principal objetivo mostrar às organizações o que procuram os profissionais de Tecnologias de Informação, revela a empresa em comunicado.

Na hora de reter talento, a oferta de um salário atrativo, a possibilidade de os trabalhores desenvolverem projetos desafiantes, perspetivas de evolução na carreira e um bom ambiente de trabalho, devem ser algumas das principais preocupações das empresas empregadoras, recomenda ainda a Michael Page.

Teresa Sousa

Colaboradora da B!T, escreve sobre Negócios e TI. Vive dividida entre a criatividade das letras e a precisão dos números. Foi por isso que ingressou nos cursos de Jornalismo e Gestão quase ao mesmo tempo. Mas é no primeiro que quer juntar o melhor dos dois mundos.

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