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Microsoft é a que mais cede dados às autoridades portuguesas

A Microsoft é a empresa à qual as autoridades portuguesas pediram mais dados de utilizadores. No ano passado, a multinacional norte-americana cedeu 469 dos pedidos que lhe foram feitos.

Só no primeiro semestre deste ano, foram realizados 334 pedidos de dados de utilizadores à empresa, dos quais 82 por cento foram cedidos. Estes números constam do relatório de transparência da Microsoft.

Relativamente a 2012, segundo os dados do Law Enforcement Requests Report, as autoridades efetuaram 548 pedidos para obtenção de dados relativos a 710 contas de Outlook, Hotmail e Messenger. Destes, a empresa respondeu a 469, o que equivale a 85,6 por cento de cedências.

Os pedidos são realizados devido a suspeitas de pedofilia ou contrafação de cartões de crédito. Depois do pedido, a Microsoft avalia cada caso e, desde que exista uma ordem policial ou judicial, entrega informações como nome, idade, naturalidade e IP do utilizador.

“Os pedidos são primeiro validados pela subsidiária portuguesa. Caso haja enquadramento legal suficiente, são encaminhados para as operações do serviço”, refere Miguel Caldas, Director de tecnologia da Microsoft Portugal. “Na esmagadora maioria das vezes, os pedidos referem-se a dados que estão nos nossos centros de dados no estrangeiro, pelo que haverá em todos estes casos intervenção das equipas internacionais”, acrescenta.

A Google é a segunda empresa entre as multinacionais que mais divulgam as solicitações dos Governos, polícia e tribunais. Este ano foi aquele em que foram feitos mais pedidos a esta empresa. No último semestre de 2012 foram solicitados pedidos relativos a 278 contas de utilizador.

O Facebook também solicita pedidos deste género. Só no primeiro semestre deste ano já realizou 177 pedidos, visando 213 contas de utilizador. Destes pedidos, 42 por cento foram entregues.

Já o Twitter, praticamente não suscitou o interesse das autoridades.

No início de novembro, devido ao escândalo de espionagem online dos Estados Unidos, a Apple publicou o seu primeiro relatório de transparência, no qual revelou que apenas recebeu dois pedidos das autoridades portuguesas.

Cátia Colaço

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