A Microsoft dispensou os serviços prestados em Portugal pela Sitel, uma das principais multinacionais de outsourcing de contact center. A deslocalização destes serviços para a Grécia e Brasil vai levar ao despedimento coletivo de 120 funcionários, anunciou a agência Lusa.
A razão desta dispensa prende-se, segundo a Microsoft, com uma alteração de fornecedor no caso do serviço de apoio telefónico a clientes. “No caso de Portugal foi selecionada uma empresa internacional [a Teleperformance venceu um concurso internacional] que é igualmente uma das melhores e maiores empresas de referência no mercado nacional”, disse a Microsoft citada pela Lusa.
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e das Telecomunicações (SNTCT) confirmou à Lusa que a Sitel “já informou a Autoridade para as Condições do Trabalho do despedimento coletivo dos 120 funcionários” que estavam atribuídos aos serviços da Microsoft.
Vítor Narciso acrescentou que os trabalhadores da Sitel foram informados pela empresa que, em novembro, os serviços até agora prestados pelos próprios “vão ser assegurados a partir da Grécia e do Brasil”. Uma situação que este responsável considera “preocupante”, disponibilizando o sindicato para esclarecer e ajudar os trabalhadores no que for possível.
Funcionários da Sitel adiantaram à Lusa que a empresa os informou de que os serviços vão ser transferidos gradualmente, a partir de novembro, para a Grécia e para o Brasil, e que “os 120 funcionários já começaram a assinar as cartas de rescisão do contrato”.
Os trabalhadores, que pediram anonimato, confirmaram estar em curso um “despedimento coletivo” sustentado na “extinção do posto de trabalho”, devido à cessação do contrato com a Microsoft, acrescentando que a Sitel voltou a contratar entre 20 a 30 destes colaboradores para outras campanhas da empresa.
Ainda de acordo com os funcionários, em Lisboa, a Sitel prestava serviço para clientes de língua portuguesa, italiana e espanhola, que agora passam para a Teleperformance Brasil e para a Teleperformance na Grécia.
A Microsoft e a Teleperformance recusaram dar mais esclarecimentos sobre o negócio e a consequente deslocalização dos serviços de Portugal para outros países.
Após várias tentativas, a Teleperformance escusou-se a dizer quantos postos de trabalho é que este novo contrato com a Microsoft vai permitir criar fora de Portugal e o valor do mesmo.
A Sitel, por seu lado, alegando “confidencialidade nos negócios”, também se recusou a explicar o impacto que tem na empresa o fim do contrato de prestação de serviços com a Microsoft, nem adiantou quantos, dos 120 funcionários, é que efetivamente conseguiu recolocar.
Na resposta escrita enviada à Lusa a Microsoft deixou a intenção de “adicionalmente, a Microsoft Portugal continua empenhada na criação de emprego, encontrando-se atualmente em negociações para trazer para o nosso país novos serviços de suporte, com vista a criar mais emprego em Portugal.”
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