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Mercado de relógios inteligentes sofre primeira quebra

No total, foram enviados para as lojas 3,5 milhões de relógios inteligentes, um grande tombo em relação aos 5,1 milhões do mesmo período do ano passado. A causa pode ser encontrada na Apple: há um ano, o Apple Watch acabava de chegar e deu um grande impulso ao mercado. Agora, a fabricante foi a única que sofreu uma redução.

Isto apesar de se ter mantido na liderança do mercado, com 1,6 milhões de unidades. O  Apple Watch que está à venda é precisamente o mesmo, já que a marca não lançou uma segunda versão e não se sabe quando lançará.

“Os consumidores têm adiado as compras de relógios inteligentes desde o início de 2016, antecipando uma renovação do hardware, e melhorias no watchOS não são esperadas até ao final do ano, efetivamente estagnando as vendas do Apple Watch existente”, explica o analista sénior da IDC Jitesh Ubrani.

O mesmo especialista sublinhou que a Apple mantém uma liderança significativa, e por isso se as suas vendas recuam, todo o mercado cai. “Cada fabricante enfrenta desafios semelhantes relacionados com moda e funcionalidade, e apesar de esperarmos melhorias no próximo ano, crescimento no que resta de 2016 será provavelmente imperceptível.”

Um dos problemas do mercado é a ausência de um relojeiro tradicional entre as principais fabricantes. Foram poucas as marcas tradicionais que entraram no mercado, com a agravante de não oferecerem tecnologia de ponta. “Isto parece estar a mudar, embora de forma gradual, à medida que fabricantes como a Casio, Fossil e Tag Heuer lançam os seus próprios modelos no mercado”, refere o diretor da equipa de pesquisa em Wearables da consultora, Ramon T. Llamas.

A participação destas marcas é “imperativa”, já que os consumidores querem relógios inteligentes que combinem design, conforto e funcionalidade. Llamas defende que o mercado será alargado com o desenvolvimento da plataforma, conectividade móvel e crescimento do número de aplicações, apelando a mais consumidores. Quando? 2017, espera a consultora.

Maiores fabricantes de relógios inteligentes

Com a Apple no topo e 47% de quota, a Samsung aparece em segundo: a marca sul-coreana vendeu 600 mil unidades dos seus relógios e captou 16% de quota, tendo crescido 51% face ao segundo trimestre de 2015.

Em terceiro está a Lenovo, beneficiando do sucesso do Moto 360 da Motorola (marca que lhe pertence), com design circular. A empresa chinesa está com 9% de quota, fruto dos 300 mil relógios inteligentes que vendeu e que representam o maior crescimento do top 5 – 75%.

LG Electronics aparece em quarto com sensivelmente o mesmo volume de vendas da Lenovo, mas um ponto percentual a menos. A marca foi a primeira a oferecer um aparelho Android Wear com LTE, mas a falta de suporte integral da Google acabou por  não lhe permitir grandes avanços.

O top cinco fecha com a Garmin, que praticamente duplicou a sua quota desde o ano passado devido à introdução de modelos como o Fenix 3. Ainda assim, a marca mantém-se limitada ao nicho dos atletas, tendo vendido 100 mil unidades.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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