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Meg Whitman confirma em Barcelona: HP está pronta para a divisão da empresa

* em Barcelona

Há aproximadamente um ano, a Hewlett-Packard (HP) anunciava a sua separação em duas empresas distintas. As razões pareciam claras: tornar-se numa companhia mais ágil e mais focada nas necessidades dos parceiros e dos clientes. Assim, esperavam, estaria garantida a manutenção da liderança no mercado. “Embarcamos numa separação incrivelmente complexa”, admitiu Meg Whitman, a presidente e CEO que lidera a corporação norte-americana desde 2011.

E foi mesmo tremenda. Desde as entidades legais, reposicionar 250 mil pessoas em duas empresas, separar o departamento de TI, cadeia de abastecimento… “Mas acabou por correr mesmo muito bem”, testemunhou a executiva presente no Canalys Channels Forum que está a decorrer em Barcelona.

E apesar da data de conclusão de todo o processo estar prevista oficialmente para o próximo dia 1 de Novembro, a verdade é que a companhia já está a operar distintamente: a Hewlett-Packard Inc. sob a batuta do CEO Dion Weisler, atual responsável pela divisão de computadores e impressoras, e a Hewlett Packard Enterprise, que continuará nas “mãos” de Meg Whitman.

Enquanto a primeira irá dedicar-se à expansão para novas áreas de negócio como a impressão 3D e ainda à garantia de que os acionistas recebem dividendos, a recém-criada empresa irá focar-se no mercado computacional, agora dominado pela cloud, de forma a manter-se relevante ao lado de nomes com a Microsoft ou Google.

Em Barcelona, Meg Whitman mostrou-se visivelmente satisfeita com aquela que considerou ser a maior operação a esta escala alguma vez feita nesta indústria. “Reparem que, agora, dentro da HP há duas Fortune 50, com 50 mil milhões de dólares de receitas”.

Marca continuará a mesma

A executiva mencionou a intenção de manter a marca HP, já que faz parte da herança corporativa. Desde PC às impressoras passando pelos servidores, o logo azul vai manter-se pertença da HP Inc. “É uma marca muito forte e reconhecida pelos consumidores em todo o mundo”. A nova empresa, a Hewlett Packard Enterprise é que teve direito um novo logo, minimalista, representado por um retângulo em cor verde. O logo terá a sua primeira grande “aparição” em dezembro, no evento Discovery que a corporação realizará em Londres.

As duas empresas manterão acordos de cooperação pelo que, pelo menos segundo Meg Whitman, não vai perder poder de negociação com fornecedores.

Relativamente à partilha de informação entre ambas as empresas, confidencialidade, acordos e contratos, a executiva esclarece que isso vai depender do país, já que há geografias “em que há uma maior liberdade na partilha de informação do que em outros”. No entanto, a CEO também não deixou de ressalvar que, na realidade, os negócios entre as duas companhias são tão distintos que a maioria deles são feitos separadamente. “Muitas vezes, a pessoa que toma a decisão sobre os PC não é a mesma que define a proteção do Data Center. Mas estamos conscientes das leis específicas de cada país e iremos salvaguardar todas as situações”.

Separar as TI foi o mais complicado

De todo o processo, Meg Whitman admite que o mais complicado foi precisamente separar as Tecnologias de Informação. “Eram empresas que estavam juntas há muitos anos, com muitos sistemas de TI herdados que tiveram de ser separados. Houve necessidade de separar 2500 aplicações, 750 sistemas, 50 mil novos servidores, contas de email… Foi de uma complexidade enorme e requereu muito planeamento.”

Por tudo isto, hoje, o que tira o sono a Meg Whitman é a ansiedade de ver a empresa tornar-se mais ágil e ver toda esta estratégia realmente implementada. “Isto vai diferenciar-nos. Vamos conseguir focar-nos no que realmente nos interessa. A nós e aos nossos clientes”. E uma coisa que a CEO garante que não irá perder é o foco no parceiro. Uma frase que obviamente agradou à audiência, não fosse este um evento de canal.

E tal como já tinha mencionado ao Wall Street Journal, em agosto, a CEO e presidente assume que quer crescer por aquisição mas também por crescimento orgânico, nomeadamente através do investimento em investigação e desenvolvimento.

Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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