No período de abril a junho, quarto trimestre do seu ano fiscal, a Microsoft teve de desembolsar 7,5 mil milhões de dólares para redesenhar o negócio de smartphones que comprou à Nokia em abril de 2014, por 9,5 mil milhões. Desde então, a Microsoft tem lutado por revitalizar os dispositivos da marca finlandesa e, consequentemente, potenciar o seu próprio posicionamento neste mercado. Mas a tecnológica tem remado contra a maré.
O CEO Satya Nadella, de acordo com o Financial Times, acredita que os segmentos de cloud e do Office 365, que têm crescido, conseguirão compensar as perdas sofridas noutros negócios menos rentáveis, nos quais se inclui o seu sistema operativo Windows, cujas vendas têm vindo a cair, a par do declínio do mercado dos computadores pessoais. As receitas de licenças de software vendidas a fabricantes de PC caíram 22 por cento no último período fiscal de 2015. Já as vendas comerciais de soluções cloud aumentaram 88 por cento durante o trimestre.
A suite Office 365 ganhou três milhões de novos utilizadores, segundo a Microsoft, sendo que, em junho, registou-se um total de 15,2 milhões de subscritores.
As camadas gestoras da Microsoft estão também a ser modificadas. O ex-diretor executivo da Nokia, Stephen Elop, vai abandonar o cargo de CEO da divisão de hardware da Microsoft, lugar que ocupava desde a finalização do negócio de aquisição. Conta o Financial Post que Nadella tenciona unir o segmento de hardware ao do Windows, conglomerando numa só unidade dois dos seus negócios menos lucrativos.
Sob o comando de Nadella, a Microsoft tem cada vez mais divergido da esfera dos equipamentos, onde nasceu e cresceu, e procurado fazer do software e da cloud a sua coluna vertebral.
O diretor-geral tem aplicado medidas de contenção de despesas severas. Ainda este mês, disse que planeava despedir 7,8 mil funcionários. No entanto, apesar do prejuízo, parece que, pelo menos para já, a Microsoft vai continuar a navegar o mar dos smartphones. Na semana passada, soube-se que a gigante tecnológica estaria a considerar um acordo com a Foxconn, fabricante de Taiwan, para começar a produzir smartphones na Índia, o que diminuiria os custos de importação, os obstáculos regulatórios e permitia-lhe agarrar um mercado em franca ascensão.
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