A forma como o trabalho flexível é encarado sofreu uma alteração dramática, com 92% dos líderes nacionais a preverem a permanência deste modelo na fase pós-pandemia. Os dados recolhidos em 2019 indicavam “que apenas 15% das empresas em Portugal reportava uma política de trabalho flexível, o que contrasta com os 86% registados este ano”.
Os dados são de um estudo recente feito pela Microsoft, em parceria com a Boston Consulting Group (BCG) e a KRC Research, em 15 países europeus, incluindo Portugal. Com a repentina mudança para o trabalho remoto, consequência da pandemia da Covid-19, mudou também a forma como se trabalha agora e no futuro e a Microsoft procurou perceber as diferenças.
Diz o estudo que os principais benefícios identificados pelos empregadores em Portugal para esta nova forma de trabalhar são o aumento na produtividade (81%), a retenção de talento (72%), a sustentabilidade (71%) e a poupança de custos (71%).
No estudo anterior de 2019, os portugueses inquiridos referiram gastar 52% da semana de trabalho em tarefas desnecessárias, como reuniões, chamadas telefónicas e procura de informação. Este ano, com o trabalho remoto a ser uma realidade para uma grande parte das empresas, a evolução foi positiva e o valor reduziu para 44%.
Observa-se uma queda no número de líderes em Portugal que afirmam que as suas empresas são altamente inovadoras em termos de produtos e serviços (56% em 2019 para 44% em 2020). Contudo, 98% destes “vê a inovação do local de trabalho como uma prioridade“.
Segundo o estudo, o desafio do trabalho flexível em organizações com uma cultura de inovação é encarada pelos líderes “de uma forma mais otimista em termos de crescimento: 49% dos líderes em empresas nacionais inovadoras espera que as suas organizações saiam da pandemia mais fortes do que o previsto (comparativamente a 35% dos europeus)”. Nas empresas nacionais menos inovadoras, apenas 24% dos líderes tem essa visão, valor equiparado à média europeia.
O estudo foi realizado em 15 países europeus (Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Noruega, Portugal, Reino Unido, Suécia e Suíça) e contou com a participação de 9.093 entrevistados (líderes e colaboradores), 607 dos quais são portugueses.
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