A Sharp vai comunicar a sua terceira perda líquida anual em quatro anos. Esta queda contínua é alimentada por uma severa concorrência no ramo dos ecrãs para smartphones.
Parece que a estratégia da fabricante japonesa de eletrónica de consumo, que passava por apoiar-se no seu segmento de ecrãs para telemóveis inteligentes como combustível do seu crescimento, não foi, de facto, a melhor.
A empresa estima que para o quarto trimestre, terminado no passado mês de dezembro, registará um prejuízo líquido de cerca de 256 milhões de dólares, valor este que esperava ser o seu lucro líquido.
As tecnológicas japonesas, como a Sharp e a Sony, gastaram já milhares de milhões de dólares para tentar atenuar a pressão exercida por gigantes como a Samsung e a Huawei, numa guerra de preços que poderá começar a fazer vítimas dentro em breve.
Os acionistas da Sharp esperavam que ao aumentar o volume de vendas feitas a fabricantes chinesas como a Xiaomi a dependência da empresa face à Apple diminuiria, alcançando, assim, margens lucrativas maiores. Contudo, o desfecho não foi o calculado, visto que há cerca de duas semanas a Sharp disse que, muito provavelmente, falharia os objetivos, o que certamente não deixará os investidores satisfeitos.
O diretor executivo, Kozo Takahashi, disse que por volta de maio seria anunciada uma nova estratégia, que visará restituir a rentabilidade à Sharp. O CEO acrescentou que contava com cerca de 15 fabricantes de smartphones na China, mas que as vendas de dispositivos ficaram aquém do esperado.
O percurso da Sharp não tem sido o mais tranquilo ao longo dos últimos anos. Entre milhares de despedimentos e a alienação de negócios prejudiciais para a sua saúde financeira, a empresa recebera já um resgate de 4,4 mil milhões de dólares por parte dos seus bancos.
Alguns analistas acreditam que, para voltar a ser rentável, a Sharp terá de vender algumas das suas centrais de produção ou abrir mão de mais ativos.
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