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LG G Flex: Pouco “flex”, muito curvo

O futuro dos smartphones pode passar pelos telemóveis flexíveis. Para quem quer antecipar esse futuro, tem à sua disposição o LG G Flex, o primeiro smartphone flexível do mundo. Bem, ou mais ou menos flexível…

A B!T estreia esta semana uma nova rúbrica. Chama-se “Ensaio a quatro mãos” e basicamente é a experiência de dois jornalistas, um do sexo masculino e outro do sexo feminino, a experimentarem o mesmo produto. O homem fica claramente com a parte mais “aborrecida”. Ou seja, descrever o equipamento, apresentar a ficha técnica, compará-lo com outros modelos, etc. A mulher vai “apenas” relatar a experiência em si. 

O G Flex não é assim tão flexível. Tem um ecrã curvo de seis polegadas e se fizermos pressão na parte de trás do telemóvel… Ele realmente “mexe-se” mas fazendo vários barulhos de quem não está a gostar de ser espremido, dando vontade de parar e não ver qual é o limite “flexível” do smartphone.

Para quem não está habituado a um ecrã de seis polegadas, já para não falar de um ecrã curvo, pode ser difícil, no início, sentirmo-nos confortáveis com ele nas mãos, ou no bolso. No entanto, nada que um ou dois dias de utilização não resolvam até ao ponto de não se notar que se tem um smartphone com a dimensão e as características que têm.

Semelhante ao G2, também da LG, o G Flex não tem botões laterais, tendo apenas o botão de desligar e de volume na parte de trás. O botão de desligar, em relação ao G2, está maior, o que torna mais simples desligar/ligar o telemóvel. Com este botão também podemos bloquear o ecrã, ao que se junta o sistema KnockOn em que, com apenas dois toques, podemos bloquear ou desbloquear o telemóvel.

A câmara traseira tem 13MP com flash LED. A câmara frontal tem uma câmara de 2,1MP. Ao lado da câmara traseira, estão os infravermelhos que permitem ligar e desligar tudo, desde televisões a ar condicionado, de (mesmo quase) todas as marcas disponíveis no mercado.

Voltando ao ecrã, tem uma resolução Full HD 720×1280 pixéis, um pouco mais abaixo que outros disponíveis no mercado. A densidade de pixéis é de 245ppi, fazendo com que o G Flex tenha pelo menos menos 100ppi que alguns smartphones concorrentes.

O sistema operacional do G Flex é o mesmo que o G2, Android 4.2.2, o que podemos considerar um pouco desapontante se tivermos em conta que, quando o G Flex saiu para o mercado, já tinha saído o Android 4.4.

processador tem quatro núcleos a 2,26GHz e 2GB de RAM e uma memória interna de 32GB. Aqui está um problema realmente chato do G Flex: não tem entrada para cartões de qualquer tipo (com exceção do SIM, naturalmente). O sistema operativo do Android leva sensivelmente 8GB de espaço e ficamos com 24GB para “brincar”. Para quem gosta de colocar música e vídeo no seu smartphone, 24GB pode ser pouco.

A nível de bateria, são 3500mAh e permite deixar o telemóvel ligado durante muito tempo e usando dá, com algum à vontade, para mais de um dia de utilização até ligar novamente o smartphone à corrente. Em cerca de três horas, consegue-se carregar o G Flex até aos cem por cento de bateria.

E preço do LG G Flex? Pois. O preço é, provavelmente, o grande entrave a que muita gente compre o telemóvel, uma vez que, neste momento, está a custar perto de 700 euros.

Vamos pôr ordem na mesa. Se fosse eu, mas sei lá, não tenho nada a ver com isso, não lhe chamaria Flex. Chamar-lhe-ia Curve. Porque lá curvo ele é, mas agora flexível parece-me forçado… Tal como o Rui, também o testei, tentando espalma-lo contra a mesa (sorry, LG…) e ele até se portou bastante bem numa quase perfeita espargata. Mas, cá para nós, estava em sofrimento!

A performance do equipamento é excelente pelas razões que o Rui referiu acima. E ver um filme (Star Wars, pois claro!) naquele ecrã curvo é uma absoluta delícia. A questão é que o smatrphone não dá jeito. Simplesmente não dá jeito. Muito menos a mim, que com 1,57 metros e 50 quilos não tenho propriamente umas mãos dignas de suportar um seis polegadas. Muito menos curvo e muito menos escorregadio. Amigos, é preciso mestria para lidar com ele nos primeiros dias. Digamos que várias vezes houve malabarismo…

A bateria é excelente, tendo em conta os restantes equipamentos testados. Mesmo tirando fotos, usando algum vídeo, vendo um filme e usando uma pitada de wifi à mistura, realmente consegue aguentar um dia, o que já é notável.

(Repito: ver o Star Wars nele é mesmo fenomenal!!!)

Mas depois não cabe em lado nenhum! Bem sei que não sou uma mulher “normal”. Porque ao usar a maioria das vezes mochila ao invés de mala admito que me dá algum jeito colocar o telemóvel no bolso das calças. Pois, agora experimentem fazer isso com um 6 polegadas… curvo! Não dá. Mas também não cabe no bolso do casaco.

(Não sei se já vos disse que ver o Star Wars nele é mesmo fenomenal!!!)

Passado uma semana a destreza a lidar com o equipamento começa a fazer-se notar. E vamo-nos habituando aos olhares estranhos de quem nos rodeia. “Sabes o que parece? Uma base para colocar o incenso!”

O telemóvel é rápido, responde imediatamente a todos os comando, não escrava e tem uma definição de imagem excelente.

Pessoalmente, acho que um seis polegadas, curvo ou plano, já ultrapassa o tamanho do que eu pretendo para um telefone. Mesmo para um smartphone.

Mas ahhhh, ver o Star Wars nele….

 

Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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