O crescimento acelerado do sector tecnológico não está a dar uma resposta à altura em termos legais, comprometendo a competitividade do país a nível internacional, alerta a comunidade CIONET.
A CIONET, comunidade europeia de executivos de TI, garante que o facto de os legisladores não estarem a acompanhar o ritmo de evolução do mercado das TIC poderá comprometer a competitividade de Portugal a nível internacional, alertam num comunicado enviado à imprensa
“Um olhar sobre a realidade legislativa Portuguesa em matéria de TIC dificilmente poderá perder de vista o contexto Europeu. Com um valor de mercado de 660 mil milhões de euros anuais, o sector das TIC é diretamente responsável por 5% do PIB europeu, mas contribui em muito maior percentagem para o crescimento geral da produtividade (20% diretamente do sector das TIC e 30% dos investimentos nestas tecnologias)”, lê-se no comunicado. Por outro lado, dizem, o impacto indireto do sector está associado aos elevados padrões de dinamismo e inovação que lhe são inerentes e à forma como este sector modela a forma de os outros sectores realizarem as suas atividades.
A Agenda Digital para a Europa constitui uma das sete iniciativas emblemáticas da estratégia Europa 2020 e visa definir o importante papel que a utilização das TIC terá de desempenhar se a Europa quiser ver as suas ambições para 2020 concretizadas – e a urgência neste momento, é ver este sector regulamentado, com legislação atualizada e harmonizada.
“O fosso digital existente entre os vários estados membros é cavado por legislações nacionais obsoletas e desatualizadas, como é o caso da Portuguesa”, realça Rui Serapicos, Managing Partner da CIONET. “Portugal deverá acompanhar e corresponder ao esforço europeu de atualizar e desenvolver programas legislativos capazes de dar resposta às exigências que a era digital impõe”, continua o mesmo responsável. Neste sentido, confirma o ex-Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, no programa europeu 2020 Vision, “A próxima Comissão Europeia vai desenvolver uma Agenda Digital Europeia acompanhada de um programa legislativo”.
Segundo esta comunidade, caminha-se na direção de um verdadeiro “Mercado Único Digital”, em que é fundamental harmonizar as políticas legislativas nacionais. Algumas medidas legislativas propostas prendem-se com a harmonização e atualização de normas nacionais em matéria de privacidade e proteção de dados, transferência de dados, direitos de autor, direitos de proteção do consumidor, e-commerce, cybersecurity, acesso a legislação digital, arquivo digital.
“Com o atual desenvolvimento das TIC nascem novos serviços, novos contratos e novas prioridades legislativas, pelo que é fundamental que a europa, e em particular Portugal, invista na análise, produção e implementação de novas soluções legislativas, capazes de manter o país ao mesmo nível do mercado digital internacional”, remata Rui Serapicos.
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