Kaspersky deteta aumento nos ataques aos drivers vulneráveis do Windows

O número de sistemas atacados através desta técnica aumentou quase 23% em comparação com o primeiro trimestre deste ano.

Os ciberataques que utilizam drivers vulneráveis são conhecidos como BYOVD (Bring Your Own Vulnerable Driver).

Estes ataques têm como objetivo tentar desativar as soluções de segurança de um sistema e aumentar os privilégios, permitindo realizar várias atividades maliciosas, tais como instalar ransomware ou estabelecer uma ligação para espionagem ou sabotagem, especialmente se um grupo de Ameaça Persistente Avançada (APT) estiver por detrás do ataque.

A Kaspersky informa que esta técnica de ataque aumentou em 2023 e que, atualmente, está a ganhar força, com impacto tanto nos indivíduos como nas organizações.

No segundo trimestre de 2024, o número de sistemas atacados com a técnica BYOVD aumentou quase 23% em comparação com o trimestre anterior.

“Embora os próprios drivers sejam legítimos, podem conter vulnerabilidades. Estas vulnerabilidades podem então ser exploradas para fins maliciosos. Os atacantes utilizam várias ferramentas e métodos para instalar um driver vulnerável no sistema”, destaca Vladimir Kuskov, diretor de Pesquisa Anti-Malware da Kaspersky.

Um aspeto preocupante desta tendência é a proliferação de ferramentas que exploram drivers vulneráveis – podem ser encontradas online.

Apesar de ainda existirem relativamente poucas destas ferramentas em 2024 – apenas foram publicados 24 projetos em 2021 – os especialistas da Kaspersky observaram um aumento no número destas ferramentas publicadas online no ano passado.

“Embora nada impeça realmente os cibercriminosos de desenvolverem as suas próprias ferramentas privadas, as disponíveis publicamente eliminam a necessidade das competências específicas necessárias para pesquisar e explorar drivers vulneráveis. Só em 2023, identificámos cerca de 16 novas ferramentas desta natureza, o que representa um aumento substancial em relação às que observámos em anos anteriores”, explica Vladimir Kuskov.